O Ministério da Fazenda aumentou suas projeções de inflação 2025 e 2026, ao mesmo tempo em que prevê um desempenho mais forte da economia brasileira em 2024. Os dados, divulgados nesta segunda-feira (16) pela Secretaria de Política Econômica (SPE), mostram que a inflação medida pelo IPCA deve fechar o próximo ano em 5,0%, ante estimativa anterior de 4,9%. Para 2026, a nova previsão é de 3,6%.
Em contrapartida, a pasta elevou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2,4% em 2024. A estimativa anterior era de 2,3%. Para 2026, a previsão de alta de 2,5% foi mantida. As revisões da Fazenda contrastam com as do mercado financeiro e do Banco Central, que mantêm uma visão mais cautelosa sobre o desempenho da economia.
Fazenda ajusta projeções de inflação 2025 e vê PIB mais firme
As novas projeções de inflação 2025 da Fazenda seguem abaixo das estimativas de analistas consultados pelo Boletim Focus, que projetam IPCA de 5,5% em 2025 e 4,5% para 2026. Segundo o documento da SPE, o ajuste reflete variações inesperadas no IPCA de março e uma leve alta nas expectativas para os próximos meses.
Apesar da elevação, o ministério sustenta que a tendência é de desaceleração da atividade no segundo semestre, após um primeiro trimestre mais aquecido. O desempenho do agronegócio e da indústria de transformação teve papel importante no bom resultado inicial do ano.
Além disso, a Secretaria destacou que a conjuntura internacional continua incerta. A flexibilização temporária das tarifas de importação pelos EUA teve efeito limitado. Fatores como a valorização do real e a queda nos preços das commodities podem aliviar as pressões de curto prazo sobre a inflação na América Latina.
Veja mais detalhes sobre as projeções de inflação 2025 no vídeo abaixo:
Mercado contrasta com projeções de inflação 2025 da Fazenda
As projeções de inflação 2025 feitas pela Fazenda não são consenso entre analistas. Economistas do setor privado vêm adotando uma postura mais conservadora, especialmente diante de políticas fiscais do governo que podem pressionar o consumo e afetar o equilíbrio entre crescimento e controle inflacionário.
Entre os pontos de atenção citados por agentes de mercado estão o programa de crédito para trabalhadores do setor privado e a promessa de ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda em 2026. O Banco Central tem reiterado que uma expansão da atividade econômica sem medidas de compensação pode dificultar o controle da inflação.
A SPE, por sua vez, argumenta que o ambiente externo poderá reduzir as pressões inflacionárias, caso as tensões comerciais não se agravem. No entanto, também reconhece que riscos globais, como aumento da aversão ao risco e desaceleração do comércio internacional, podem afetar a trajetória projetada.
Revisão das projeções de inflação 2025 reforça cautela
A revisão nas projeções de inflação 2025 e nas expectativas para o crescimento do PIB mostra que o governo está ajustando seu cenário com base em dados atualizados. A leitura atual é mais otimista em relação à atividade, mas alerta para possíveis impactos de fatores externos e internos.
A Fazenda continuará monitorando o comportamento dos preços, do consumo e da atividade industrial para ajustar suas projeções. O foco da política econômica segue sendo o equilíbrio entre estímulo ao crescimento e controle inflacionário.