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Google sob investigação do Cade por uso de conteúdo jornalístico

Cade reabre processo para investigar se Google prejudica sites jornalísticos ao exibir notícias sem repasse financeiro.
Cade reabre processo para investigar se Google prejudica sites jornalísticos ao exibir notícias sem repasse financeiro.
(Imagem: The Pancake of Heaven/Wikimedia Commons)

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu reabrir um processo que investiga se o Google cometeu abuso de poder ao utilizar conteúdo jornalístico em seus serviços de busca. O caso será avaliado pelo tribunal do órgão na próxima quarta-feira e tem como foco a forma como a plataforma exibe informações de notícias sem redirecionar os usuários para os sites de origem.

Segundo a investigação, o buscador pode estar reproduzindo partes de reportagens diretamente em seus resultados, o que reduziria a visitação aos sites jornalísticos. Isso afeta diretamente a receita publicitária dos veículos, que dependem da audiência para manter sua sustentabilidade financeira.

Prática do Google pode reduzir visibilidade dos veículos?

O processo, originalmente aberto em 2018 e arquivado no fim de 2024, foi retomado neste ano após a identificação de novos elementos e exemplos internacionais. A principal questão gira em torno do possível favorecimento da própria plataforma nos resultados de busca, priorizando os seus serviços e dificultando o acesso do público a fontes externas.

A reprodução de trechos de notícias pelo Google, sem direcionar o leitor ao site original, limita o alcance dos produtores do conteúdo e torna sua atuação sensível. Ao centralizar o tráfego em sua própria interface, a empresa pode estar dificultando a competição no setor. Além disso, restringe a diversidade de fontes disponíveis para o público.

Cade avalia conduta do Google considerada exploratória

Outro ponto analisado é o uso de material de terceiros sem compensação financeira. Especialistas classificam a conduta como exploratória, já que a plataforma aproveita a produção de terceiros sem oferecer contrapartida. Além disso, existe a suspeita de uma conduta chamada “exclusionária”, na qual o buscador estaria organizando seus resultados de forma a concentrar o tráfego em seus próprios domínios.

A investigação também acompanha movimentos internacionais. Em países como Bélgica e França, autoridades reguladoras vêm adotando medidas semelhantes para limitar a atuação das big techs no ecossistema jornalístico. Esses precedentes aumentam a pressão para que o Brasil atue com a mesma firmeza.

Decisão pode impactar modelo de remuneração

A reabertura do inquérito representa um passo importante na discussão sobre o valor do conteúdo jornalístico no ambiente digital. Veículos de imprensa questionam o modelo atual de exibição de manchetes e trechos sem repasse financeiro e defendem a revisão do equilíbrio entre plataformas e produtores de conteúdo.

A expectativa é de que a autoridade antitruste brasileira avalie a possibilidade de impor obrigações à empresa, como o estabelecimento de acordos de remuneração. Outros países já adotaram iniciativas semelhantes e criaram modelos de compartilhamento de receita entre plataformas e jornais.

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