Dados da Jato Dynamics mostram que, em abril, a BYD, montadora chinesa vendeu 7.231 veículos elétricos no continente, contra 7.165 da fabricante americana. A diferença é pequena — 0,92% — mas representa uma virada simbólica no mercado europeu, tradicionalmente dominado pela Tesla.
O desempenho da BYD é ainda maior quando se considera que a marca iniciou suas operações além da Noruega e da Holanda somente no fim de 2022.
As montadoras chinesas têm ganhado espaço rapidamente no setor de veículos elétricos na Europa. Em abril, os emplacamentos de modelos totalmente elétricos cresceram 28% em relação ao mesmo mês de 2023. Esse aumento foi impulsionado principalmente por marcas da China, mesmo com tarifas aplicadas pela União Europeia.
Os dados mostram que os carros elétricos fabricados na China registraram alta de 59% nos licenciamentos. Já as marcas da Europa, Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos cresceram 26% no mesmo período.
A vantagem da BYD sobre a Tesla se repete fora da Europa?
No primeiro trimestre de 2024, a BYD superou a Tesla nas vendas globais de veículos elétricos pelo segundo trimestre seguido. A BYD vendeu 416.388 unidades, enquanto a Tesla vendeu 336.681.
No Brasil, a diferença também chama atenção. Entre janeiro e março, apenas dois veículos da Tesla foram importados. Já a BYD teve 21.685 unidades emplacadas no mesmo período, segundo dados da ABVE.
O que está acontecendo com a Tesla?
A Tesla tem enfrentado queda nas vendas, especialmente na Europa. No primeiro trimestre deste ano, os emplacamentos da marca na União Europeia caíram 45% em comparação com 2023, passando de 65.774 para 36.167 unidades, segundo a ACEA.
Essa retração ocorre em meio a diversos fatores. Um deles foi a paralisação de fábricas para adaptação à produção do novo Model Y. Além disso, parte dos consumidores aguarda o lançamento de versões mais baratas do modelo, o que também impacta nas vendas atuais.
O desgaste da imagem da Tesla também pesa?
A imagem da Tesla vem sendo afetada por fatores externos às suas operações. As declarações políticas de Elon Musk têm provocado protestos na Europa e nos Estados Unidos, o que contribui para a queda no interesse dos consumidores.
Apesar disso, o bilionário americano afirmou nesta semana que as vendas da empresa já estão se recuperando e que a demanda continua forte em outras regiões fora da Europa.
