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Do luxo à falência: a queda de Jorginho Guinle, herdeiro do Copacabana Palace

O Copacabana Palace é mais que um hotel: foi palco da história de Jorginho Guinle e símbolo do auge e da queda de uma família bilionária.
O Copacabana Palace foi cenário da vida de Jorginho Guinle, herdeiro que viveu entre o luxo e a decadência no hotel mais famoso do Brasil.
(Imagem: captura de tela/YouTube)

Filho de uma das famílias mais ricas do país, Jorginho Guinle foi o símbolo de uma era de excessos. Nascido em 1916, cresceu entre os salões do Copacabana Palace, hotel construído com dinheiro da família e frequentado por reis, atrizes e presidentes. O herdeiro decidiu cedo que seu destino não era trabalhar — era gastar. Por décadas, cumpriu esse plano com fidelidade. Mas errou o cálculo: o dinheiro acabou antes da vida.

Jorginho Guinle: de herdeiro do Copacabana Palace, a celebridade sem profissão

A fortuna dos Guinle vinha da concessão do porto de Santos, controlada desde o século XIX. O império familiar incluía imóveis, ferrovias e participações em empresas de energia. Ainda jovem, Jorginho Gingle embarcou para os Estados Unidos, onde mergulhou na vida de festas, viagens e relações com estrelas de Hollywood. “Nunca trabalhei”, dizia com orgulho.

Em Los Angeles, circulava pelos estúdios da Paramount e da MGM como figura conhecida. Era fluente em quatro idiomas, andava sempre bem vestido e sabia usar o charme como passaporte social.

O Copacabana Palace como centro de sua vida

O hotel de fachada branca e vista para o mar foi cenário da infância, juventude e também dos últimos dias de Jorginho. Foi ali que conheceu celebridades, ofereceu festas com música ao vivo e organizou recepções para músicos como Louis Armstrong e Duke Ellington. Apaixonado por jazz, chegou a publicar um livro sobre o tema e financiar gravações de artistas iniciantes.

Conquistas, exageros e coleções

Em seu círculo íntimo, figuravam nomes como Marilyn Monroe, Kim Novak e Rita Hayworth — ao menos nas histórias que ele contava. Os romances, nem sempre confirmados, compunham o mito. Fora das telas, gastava com carros importados, champanhes raros e jantares para dezenas de convidados. Durante décadas, os dividendos familiares bancaram tudo.

Mas, em 1972, a concessão do porto acabou. Sem os rendimentos do passado, Jorginho viu o patrimônio minguar. Vendeu carros, obras de arte e até miniaturas de trens elétricos. Ainda assim, manteve a pose até o fim.

Um ícone sem reservas

Nos anos 1990, sem renda estável, o ex-playboy passou a depender da ajuda de amigos. Recebia uma aposentadoria modesta e morava de favor em um dos quartos do Copacabana Palace. Para complementar a renda, estrelou campanhas publicitárias inusitadas: de bebidas a lingeries. Mas nenhum cachê era suficiente para o estilo de vida de outros tempos.

A despedida no lugar onde tudo começou

Em março de 2004, Jorginho Guinle pediu para deixar o hospital onde estava internado. Seu desejo era passar os últimos dias na suíte 153 do Copacabana Palace. Na noite anterior à sua morte, jantou estrogonofe de frango, tomou milk-shake de baunilha e ouviu John Coltrane. Morreu na madrugada seguinte, aos 88 anos, com o mesmo charme que o acompanhou até o fim.

O Copacabana Palace mudou de dono — mas continua símbolo de luxo

Hoje, o Copacabana Palace pertence ao grupo francês LVMH, da grife Louis Vuitton. Em 2018, a empresa comprou toda a rede Belmond, responsável pela operação do hotel, por US$ 3,2 bilhões — cerca de R$ 12 bilhões. A LVMH é presidida por Bernard Arnault, o bilionário mais rico da Europa e um dos mais ricos do mundo. Segundo a revista Forbes, o patrimônio do CEO da LVMH no mês passado era estimado em US$ 146,5 bilhões (cerca de R$ 862,7 bilhões).

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