O surto de gripe aviária em uma granja de Montenegro, no Rio Grande do Sul, está contido, segundo o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. O caso levou ao abate de 17 mil aves e gerou uma série de restrições à carne de frango brasileira no exterior. O ministério considera a situação controlada devido ao comportamento do vírus e à ausência de novos focos após os primeiros dias.
O ministro Carlos Fávaro declarou, nesta terça-feira (27), durante uma audiência no Senado, que o vírus provavelmente não se espalhou, já que sua rápida propagação e alta letalidade teriam causado novos casos em poucos dias.
Há risco de novos casos se espalharem?
Apesar da contenção anunciada, o ministério ainda acompanha duas suspeitas em investigação: uma no Tocantins e outra em Anta Gorda (RS). Segundo Carlos Fávaro, a limpeza e desinfecção da granja gaúcha já foram concluídas, e o Brasil entrou em um período de 28 dias — chamado de vazio sanitário — necessário para se declarar livre da gripe aviária.
“Já estamos no quinto dia útil após a desinfecção e não há novos registros. Isso nos permite afirmar com segurança que o foco foi isolado”, disse Carlos Fávaro.
Primeira vez que vírus atinge granja comercial no Brasil
O episódio em Montenegro marcou a primeira ocorrência da gripe aviária em uma granja de produção comercial no país. Desde 2023, o Brasil registrava a doença apenas em aves silvestres ou criações caseiras. O caso acendeu o alerta sobre os impactos sanitários e econômicos na avicultura brasileira.
De acordo com o governo, não há risco de transmissão da doença por meio do consumo de carne de frango ou ovos. Além disso, o Brasil nunca registrou infecções em humanos.
Exportações afetadas e mercados suspensos
Com a confirmação do foco, mais de 30 países impuseram restrições à carne de frango brasileira, entre eles China e União Europeia. Ao todo, 24 países limitaram as compras e 13 suspenderam completamente as importações. O Brasil é o maior exportador mundial da proteína.
A retomada total das vendas depende do cumprimento do vazio sanitário. Se não houver novos focos até 17 de junho, o país poderá retomar a condição de livre da gripe aviária e tentar reabrir mercados.
O que será feito para ajudar os produtores?
Durante a audiência no Senado, senadores do Rio Grande do Sul cobraram medidas emergenciais para produtores rurais da região. O ministro foi questionado sobre renegociação de dívidas e programas de apoio.
Carlos Fávaro pediu compreensão: “Eu sei que é difícil pedir paciência, mas esses 22 dias são cruciais. Passado esse período, teremos condições mais favoráveis para reavaliar restrições e ajudar com mais efetividade.”
Carlos Fávaro: avicultura em alerta e protocolos reforçados
Com o episódio em Montenegro, autoridades sanitárias ampliaram a vigilância em outras regiões. O objetivo é garantir que o vírus não reapareça em granjas comerciais. Segundo Carlos Fávaro, as equipes seguem em alerta e podem agir rapidamente em caso de novos focos.