A HP planeja aumentar os preços de determinados produtos e acelerar a saída da produção da China, diante da pressão tarifária e da desaceleração na demanda por computadores. A empresa já iniciou a transferência de parte de suas fábricas para países como Vietnã, Índia, Tailândia, México e Estados Unidos.
A decisão veio após a HP revisar suas expectativas de lucro para o ano fiscal de 2025, indicando margens mais apertadas. Segundo a companhia, quase toda a produção destinada ao mercado norte-americano será feita fora da China até o fim de junho.
Além disso, novas ações de preço e foco em cortes de custos devem ser adotados para equilibrar os impactos. A estratégia busca amenizar os efeitos negativos das tarifas mais altas do que o previsto.
Queda no lucro pressiona ações da HP
Entre fevereiro e abril, a HP registrou lucro líquido de US$ 406 milhões, ou US$ 0,42 por ação. O valor é abaixo dos US$ 607 milhões do mesmo trimestre do ano anterior. O lucro ajustado por ação foi de US$ 0,71, inferior aos US$ 0,80 esperados pelos analistas.
Apesar da queda no lucro, a receita subiu 3,3% e atingiu US$ 13,22 bilhões. O resultado é acima da expectativa do mercado, que era de US$ 13,13 bilhões, segundo a FactSet.
Para o trimestre atual, a previsão é de lucro entre US$ 0,68 e US$ 0,80 por ação, incluindo um encargo de US$ 0,11 ligado à reestruturação. Para o ano, a nova expectativa de lucro ajustado por ação caiu para a faixa de US$ 3 a US$ 3,30, abaixo dos US$ 3,45 a US$ 3,75 anteriormente estimados.
A empresa aposta na realocação da produção para enfrentar as tarifas
HP vê a mudança na produção fora da China como resposta à guerra comercial com os EUA. Ao diversificar a fabricação, a HP tenta evitar riscos fiscais e manter a competitividade no mercado global.
Mesmo com as medidas, o mercado financeiro reagiu de forma negativa: as ações da HP despencaram 15,07% no after hours da Bolsa de Nova York, por volta das 18h18 (horário de Brasília).