A dívida pública federal sobe 1,44% em abril, totalizando R$ 7,617 trilhões, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira (28) pelo Tesouro Nacional. O avanço foi puxado principalmente por uma incorporação de R$ 70,3 bilhões em juros e uma emissão líquida de R$ 41,42 bilhões no mês.
A dívida pública mobiliária federal interna (DPMFi), que representa a maior parte do estoque, subiu 1,55% e alcançou R$ 7,310 trilhões. Já a dívida externa (DPFe) recuou 1,10%, somando R$ 306,1 bilhões.
Mercado reage a cenário externo e à curva de juros
Segundo o Tesouro, o resultado reflete a reprecificação das expectativas da taxa Selic e o aumento do apetite por risco em mercados emergentes, especialmente após indicadores de inflação mais baixos nos Estados Unidos e avanços em acordos comerciais entre EUA e China.
A oscilação do câmbio e o comportamento dos juros futuros também influenciaram a composição da dívida. Em abril, o custo médio acumulado da dívida pública em 12 meses caiu de 11,70% para 11,62% ao ano. No entanto, o custo médio das novas emissões subiu para 13,05%.
Dívida pública federal sobe 1,44% com alongamento de prazos
Além do aumento no estoque total, o prazo médio da dívida também foi ampliado. Em março, esse prazo era de 4,12 anos e passou para 4,17 anos em abril, indicando uma estratégia de alongamento por parte do Tesouro para reduzir o risco de curto prazo.
A reserva de liquidez também cresceu, passando de R$ 869 bilhões para R$ 904 bilhões. O montante é suficiente para cobrir 8,57 meses de vencimentos, acima dos 6,72 meses registrados anteriormente.
Esse colchão de liquidez reforça a capacidade do governo de enfrentar eventuais pressões de mercado sem comprometer o fluxo de pagamentos.
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Expectativas para maio e sinalizações do mercado
Com a dívida pública federal sobe 1,44% em abril, o governo segue atento aos desdobramentos econômicos globais. O Tesouro destacou que, em maio, os juros futuros apresentaram leve alta, impulsionados pelo avanço das taxas internacionais e por novos dados da economia americana.
O comportamento da dívida seguirá influenciado por fatores como política monetária doméstica, fluxo de capitais e movimentações no cenário internacional. Mesmo com a alta, o perfil da dívida mostra controle e sinaliza a intenção de manter a sustentabilidade fiscal no médio prazo.