Elon Musk deixa o governo Trump após um curto, mas barulhento período como funcionário especial no Departamento de Eficiência Governamental (Doge). O desligamento, confirmado pela Casa Branca nesta quarta-feira (29), marca o fim de um mandato recheado de atritos, declarações públicas controversas e promessas ousadas de redução de gastos públicos.
O anúncio da saída de Musk foi feito de forma discreta, sem reunião formal com o presidente. Ele agradeceu a Trump em sua rede social X, encerrando oficialmente seus 130 dias no cargo.
Tensão interna e críticas públicas precipitam saída
A notícia de que Elon Musk deixa o governo Trump ganhou força após o bilionário criticar publicamente o novo pacote tributário da Casa Branca, classificando-o como caro e ineficaz. A repercussão interna foi imediata. Fontes relatam que nomes como Stephen Miller demonstraram forte irritação, levando a uma movimentação nos bastidores para isolar Musk.
Musk também acumulou desavenças com ministros-chave, como Marco Rubio, Sean Duffy e Scott Bessent. Suas críticas ao assessor Peter Navarro — a quem chamou de “mais burro que um saco de tijolos” — acirraram o ambiente, já tenso desde o início de sua atuação.
Veja mais detalhes sobre a saída do Elon Musk do governo Trump no vídeo abaixo:
Elon Musk deixa o governo Trump após queda de influência
Apesar de ter começado com apoio e visibilidade, inclusive brandindo uma motosserra em evento da CPAC para simbolizar cortes na burocracia, Musk viu sua influência interna desidratar. Trump reforçou que decisões administrativas cabem aos secretários, e não ao Doge — um claro recado à atuação centralizadora do bilionário.
Mesmo com promessas de cortar até US$ 2 trilhões em despesas, o Doge reportou economia de R$ 175 bilhões — número não verificado por fontes externas. O saldo, para muitos, foi bem abaixo do esperado, apesar da retórica agressiva de Musk contra o funcionalismo e o teletrabalho.
Foco nos negócios e frustração com a burocracia
Ao confirmar que Elon Musk deixa o governo Trump, fontes próximas ao empresário apontam que ele pretende agora se dedicar às suas empresas. Em conferência da Tesla, Musk já havia sinalizado o afastamento, afirmando: “A situação da burocracia federal é muito pior do que eu imaginava.”
Em seu curto mandato, Musk tentou impor uma agenda de cortes profundos, mas esbarrou na resistência institucional e em aliados do próprio Trump. A sua saída, embora esperada, simboliza os limites da gestão disruptiva em estruturas tradicionais de poder.
O Departamento de Eficiência Governamental continuará existindo, mas a dúvida que fica é se conseguirá manter a visibilidade sem seu líder mais midiático.
