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Oferta de fechamento da Zamp é pressionada por investidores

Com ações acima da faixa de fechamento, Zamp enfrenta pressão de minoritários que veem a oferta como abaixo do valor patrimonial da empresa.
Ações da Zamp superam faixa da oferta do Mubadala e pressionam por revisão no fechamento de capital proposto.
(Imagem: divulgação/ParkShopping Multipan)

As ações da Zamp surpreenderam o mercado nesta quinta-feira (29) ao ultrapassarem, pela primeira vez, o teto da faixa sugerida para fechamento de capital. Responsável por operar marcas como Burger King, Starbucks e Subway no Brasil, a companhia viu seus papéis alcançarem R$ 3,53 — acima dos R$ 3,50 indicados na oferta. A operação foi comunicada no domingo (25) e reacendeu debates entre acionistas sobre o valor real da empresa.

No início da tarde, os papéis estavam cotados a R$ 3,45, ainda dentro de uma alta de quase 4%. O intervalo proposto pelo Mubadala, controlador da Zamp, varia entre R$ 3,30 e R$ 3,50. Mesmo assim, o valor patrimonial da ação está acima disso: R$ 3,73.

O preço oferecido pela Zamp faz sentido para os acionistas?

A reação do mercado indica que investidores consideram a faixa sugerida baixa. Para analistas, o histórico do Mubadala em tentar fechar o capital da empresa e o valor patrimonial acima da faixa reforçam a ideia de que a oferta pode ser insuficiente.

Caso a cotação permaneça acima do intervalo, minoritários tendem a pressionar por melhores condições. Segundo um gestor, não faria sentido aceitar a oferta se as ações da Zamp estiverem mais valorizadas na Bolsa.

É comum, nesse tipo de operação, que os proponentes lancem uma oferta inicial mais conservadora. O mercado, por sua vez, reage testando valores para buscar o que considera justo.

Mubadala terá apoio suficiente dos demais acionistas?

A proposta precisa ser aprovada em assembleia com votos de dois terços dos acionistas minoritários. Hoje, 28,42% do capital está fora do controle do Mubadala. Isso significa que, para a oferta avançar, ao menos 18,75% dessas ações devem aprovar o movimento.

Um antigo acionista da companhia avalia que o Mubadala pode contar com o apoio da Restaurant Brands International (RBI), dona global do Burger King e Popeyes, que detém 6,36% da empresa. Se esse apoio se confirmar, será mais difícil barrar a operação.

Além do Mubadala, que controla 71,6% do capital, há ainda a americana Belfer Management, com 5%. A Zamp informou que, até o momento, não há decisão final sobre a realização da oferta, e que qualquer operação dependerá de um laudo independente para determinar o valor justo.

Investidores de varejo podem influenciar o desfecho?

A base acionária da Zamp inclui mais de 16 mil pessoas físicas e centenas de investidores institucionais. Eles detêm 15,2% das ações em circulação, o que representa um volume relevante em uma possível votação.

Se o preço da oferta não for revisado para cima, parte desses acionistas pode rejeitar a proposta. Esse tipo de articulação é comum quando há percepção de que o valor oferecido não reflete o verdadeiro potencial da companhia.

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