A expansão das farmácias na Zona Sul do Rio de Janeiro supera o número de padarias em bairros como Copacabana e Botafogo, redesenhando o comércio de rua. Segundo dados da Prefeitura, a região soma 425 farmácias contra 380 padarias.
Esse avanço está ligado ao envelhecimento populacional, ao alto fluxo turístico e à mudança no comportamento de consumo. O professor Mauro Osório, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica que a maior longevidade e a busca por praticidade impulsionam essa tendência. Além disso, o mercado farmacêutico no Brasil vive uma fase de forte crescimento nas grandes cidades.
Expansão de farmácias na Zona Sul do Rio e o envelhecimento
Conforme publicado pelo O Globo, o fenômeno é mais evidente são as farmácias em Copacabana, símbolo do comércio local da Zona Sul do Rio. O bairro concentra 113 estabelecimentos, com média de uma a cada 140 metros. Já Botafogo tem 71 unidades e o Leblon, 65.
A maioria está em esquinas estratégicas, com alta circulação. Essas localizações favorecem o acesso para quem busca farmácia perto de mim. O crescimento das empresas farmacêuticas na Zona Sul do Rio reflete diretamente essa nova dinâmica de conveniência e proximidade.
Ao contrário das padarias tradicionais no Rio de Janeiro, que enfrentam margens apertadas, as farmácias diversificam receitas com produtos de higiene, cosméticos e serviços. Muitas funcionam como farmácia 24 horas na Zona Sul, atraindo moradores e turistas.
Estímulo de redes e mudanças no varejo de bairro
Redes como Pacheco, Venâncio e Drogaria Cristal ocupam pontos estratégicos na Zona Sul do Rio. Esse crescimento do varejo farmacêutico se intensificou com a digitalização e o fechamento de comércios tradicionais.
Muitas aderem a programas de farmácias populares no RJ e oferecem planos de fidelidade e convênios. O espaço deixado por cafés e panificadoras passou a ser preenchido por drogarias modernas.
Símbolo de resistência e adaptação no comércio local
Apesar do avanço das farmácias, algumas padarias resistem. Na Rua Real Grandeza, uma confeitaria centenária diversifica produtos e mantém a clientela fiel. Outras casas, como a Panificação Voluntários, não resistiram ao novo cenário.
Essa expansão das redes de farmácias, aliada ao declínio de lojas tradicionais, redefine o varejo de bairro. Os letreiros das drogarias no Rio de Janeiro se multiplicam, especialmente nos bairros com população mais idosa, que precisa de mais medicamentos.
A nova paisagem urbana é reflexo direto da transformação do setor farmacêutico na Zona Sul do Rio de Janeiro, marcada por conveniência, acessibilidade e estratégias de mercado.