As ações da Tesla (BDR: TSLA34) tiveram uma queda após uma troca pública de acusações entre Elon Musk e o presidente Donald Trump. A tensão surgiu após Musk criticar a nova proposta fiscal de Trump, que ameaça os incentivos ao setor de veículos elétricos.
Donald Trump declarou estar “decepcionado” com Elon Musk. O empresário reagiu, negando ter conhecimento da revogação de créditos fiscais e acusando o político de “ingratidão”. A disputa se tornou pública nas redes sociais.
O que está por trás da queda nas ações da Tesla?
O embate teve um impacto direto nos negócios e nas ações da Tesla, que finalizando o dia em queda. A proposta fiscal do presidente dos EUA corta um incentivo de até US$ 7.500 para quem compra veículos elétricos. Isso pode reduzir em US$ 1,2 bilhão o lucro anual da empresa, segundo o JPMorgan.
Esse benefício fiscal foi criado no governo de Joe Biden para incentivar a cadeia doméstica de energia limpa e mobilidade elétrica. A retirada antecipada desses incentivos pode abalar a estrutura financeira da Tesla, que tem forte atuação nos EUA com fábricas no Texas e na Califórnia.
Briga política ameaça lucros e acarretam queda nas ações da Tesla
Além do crédito fiscal ao consumidor, outra proposta do Senado preocupa. Ela confronta leis ambientais da Califórnia e pode reduzir em mais US$ 2 bilhões os ganhos da Tesla, afetando a venda de créditos regulatórios e contribuindo para a queda nas ações da empresa.
Combinadas, essas medidas colocam em risco quase metade dos mais de US$ 6 bilhões em lucro que o mercado espera da Tesla em 2025, segundo análise liderada por Ryan Brinkman, do JPMorgan.
A divisão de energia da Tesla criticou o projeto por “desmantelar” os incentivos à energia limpa. Para a empresa, o corte ameaça a segurança energética dos EUA e a estabilidade da rede elétrica.
O projeto aprovado pela Câmara também impõe restrições ao uso de componentes chineses e dificulta a revenda dos créditos fiscais. Segundo analistas, isso torna o modelo atual de incentivos inviável.
Incentivos ajudaram a Tesla a crescer nos EUA
A política atual, criada com a Lei de Redução da Inflação, ajudou as vendas de veículos elétricos a crescerem 7,3% no último ano, chegando a 1,3 milhão de unidades nos EUA, de acordo com a Cox Automotive, contribuindo no aumento das ações da Tesla.
Com o fim antecipado desses incentivos, o cenário para a Tesla pode mudar drasticamente. Elon Musk, que tenta barrar o projeto junto ao Congresso, classificou a proposta como “aberração repugnante”.
A Tesla, até o momento, não comentou oficialmente sobre os efeitos dessas propostas fiscais.