O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento à Polícia Federal na quinta-feira (05/06), durante a investigação sobre o financiamento de Eduardo Bolsonaro nos EUA. Ele afirmou ter enviado R$ 2 milhões (cerca de US$ 350 mil) ao filho, deputado licenciado, alegando que o valor garantiria sua permanência nos Estados Unidos sem que passasse por “necessidade”.
A Polícia Federal abriu o inquérito por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A apuração considera a suspeita de que Eduardo articulou, no exterior, sanções contra autoridades brasileiras. Além disso, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), as ações envolveriam a chamada Lei Magnitsky, frequentemente utilizada em casos de violação de direitos humanos.
Financiamento de Eduardo Bolsonaro nos EUA expõe articulação política
O envio de recursos por Bolsonaro ao exterior passou a ser analisado com mais profundidade. Conforme o Ministério Público, o financiamento de Eduardo Bolsonaro nos EUA pode estar vinculado a ações coordenadas com aliados do presidente Donald Trump. Essas iniciativas visariam pressionar o STF, a própria PGR e agentes da Polícia Federal.
A PGR reforça que o próprio Eduardo divulgou, em vídeos e publicações, sua atuação junto ao governo norte-americano. Nesse cenário, o apoio financeiro de Jair Bolsonaro ao filho passou a ser considerado um possível interferência política internacional. Desde março, o deputado se licenciou da Câmara para permanecer nos Estados Unidos.
Além disso, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) foi ouvido pela PF. Ele havia solicitado a abertura da investigação, com base nas declarações públicas de Eduardo. O inquérito também buscará esclarecer se ocorreu com propósito familiar ou com objetivo de sustentar as articulações no exterior.
Confira o vídeo com mais detalhes sobre o depoimento de Jair Bolsonaro a respeito do possível financiamento de Eduardo Bolsonaro nos EUA:
Repasses ao filho nos EUA têm potencial jurídico e político
Para o procurador-geral Paulo Gonet, o financiamento de Eduardo Bolsonaro nos EUA possui dimensão estratégica. Além disso, ele aponta a existência de um “manifesto tom intimidatório” nas ações do deputado, especialmente por envolver pressão contra instituições brasileiras com respaldo internacional.
Outro ponto relevante na investigação é se o dinheiro enviado por Bolsonaro ao filho garantiu sua permanência nos EUA com objetivos políticos e jurídicos. Nesse cenário, o caso pode avançar para responsabilizações formais, caso se confirme o uso indevido dos recursos.
A Pesquisa da Quaest mais recente revelou a alta rejeição a Lula e Bolsonaro em 2026: 66% não apoiam a reeleição de Lula e 65% rejeitam o retorno de Bolsonaro.
Por fim, mais esse episódio reforça a crescente internacionalização de disputas institucionais brasileiras. O financiamento de Eduardo Bolsonaro nos EUA, portanto, ultrapassa o âmbito familiar e ganha relevância geopolítica.