O comunicado do Copom sobre a Selic, divulgado nesta quarta-feira (18/06), após a elevação da taxa para 15% ao ano, destacou tanto os fatores internos quanto os externos que influenciaram a decisão do Banco Central. De acordo com o documento, o aumento dos juros reflete não apenas o comportamento da inflação no Brasil, como também a conjuntura internacional, especialmente diante das incertezas econômicas dos Estados Unidos.
“O ambiente externo mantém-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de suas políticas comercial e fiscal e de seus respectivos efeitos”, afirmou o Banco Central.
O comunicado do Copom sobre a Selic também ressaltou a volatilidade de ativos globais e o acirramento da tensão geopolítica, que exige cautela de países emergentes.
Comunicado do Copom sobre a Selic detalha inflação e atividade econômica
No plano interno, o comunicado do Copom sobre a Selic destacou que a economia brasileira segue aquecida, embora com sinais de moderação. “O conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho ainda tem apresentado algum dinamismo”, diz o texto. Além disso, o Copom apontou que a inflação cheia e as medidas subjacentes permanecem acima da meta.
Além disso, as expectativas de inflação seguem elevadas, com projeções da pesquisa Focus em 5,2% para 2025 e 4,5% para 2026. Nesse contexto, a própria estimativa do Copom para 2026 situa-se em 3,6%, o que reforça o cenário de desancoragem inflacionária.
Apesar disso, o Copom sinalizou que pode interromper o ciclo de aumentos na próxima reunião, marcada para os dias 29 e 30 de julho.
“Em se confirmando o cenário esperado, o Comitê antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros”, aponta o comunicado.
O BC, no entanto, manteve o tom de vigilância: “não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado”.
Confira a evolução da Taxa Selic de 2018 a 2025
Além do comunicado do Copom sobre a Selic, é importante analizar os dados do BC com a evolução da taxa ao longo dos últimos 7 anos:
- 18/06/2025 – 15,00% a.a.
- 07/05/2025 – 14,75% a.a.
- 19/03/2025 – 14,25% a.a.
- 29/01/2025 – 13,25% a.a.
- 11/12/2024 – 12,25% a.a.
- 06/11/2024 – 11,25% a.a.
- 18/09/2024 – 10,75% a.a.
- 31/07/2024 – 10,50% a.a.
- 19/06/2024 – 10,50% a.a.
- 08/05/2024 – 10,50% a.a.
- 20/03/2024 – 10,75% a.a.
- 31/01/2024 – 11,25% a.a.
- 13/12/2023 – 11,75% a.a.
- 01/11/2023 – 12,25% a.a.
- 20/09/2023 – 12,75% a.a.
- 02/08/2023 – 13,25% a.a.
- 21/06/2023 – 13,75% a.a.
- 03/05/2023 – 13,75% a.a.
- 22/03/2023 – 13,75% a.a.
- 01/02/2023 – 13,75% a.a.
- 07/12/2022 – 13,75% a.a.
- 26/10/2022 – 13,75% a.a.
- 21/09/2022 – 13,75% a.a.
- 03/08/2022 – 13,75% a.a.
- 15/06/2022 – 13,25% a.a.
- 04/05/2022 – 12,75% a.a.
- 16/03/2022 – 11,75% a.a.
- 02/02/2022 – 10,75% a.a.
- 08/12/2021 – 9,25% a.a.
- 27/10/2021 – 7,75% a.a.
- 22/09/2021 – 6,25% a.a.
- 04/08/2021 – 5,25% a.a.
- 16/06/2021 – 4,25% a.a.
- 05/05/2021 – 3,50% a.a.
- 17/03/2021 – 2,75% a.a.
- 20/01/2021 – 2,00% a.a.
- 09/12/2020 – 2,00% a.a.
- 28/10/2020 – 2,00% a.a.
- 16/09/2020 – 2,00% a.a.
- 05/08/2020 – 2,00% a.a.
- 17/06/2020 – 2,25% a.a.
- 06/05/2020 – 3,00% a.a.
- 18/03/2020 – 3,75% a.a.
- 05/02/2020 – 4,25% a.a.
- 11/12/2019 – 4,50% a.a.
- 30/10/2019 – 5,00% a.a.
- 18/09/2019 – 5,50% a.a.
- 31/07/2019 – 6,00% a.a.
- 19/06/2019 – 6,50% a.a.
- 08/05/2019 – 6,50% a.a.
- 20/03/2019 – 6,50% a.a.
- 06/02/2019 – 6,50% a.a.
- 12/12/2018 – 6,50% a.a.
- 31/10/2018 – 6,50% a.a.
- 19/09/2018 – 6,50% a.a.
- 01/08/2018 – 6,50% a.a.
- 20/06/2018 – 6,50% a.a.
O comunicado do Copom sobre a Selic, além disso, destacou a influência do ambiente externo na decisão. A manutenção dos juros nos Estados Unidos, anunciada hoje pelo Federal Reserve (Fed), foi citada como fator de incerteza, o que exige maior cautela por parte dos países emergentes.
Nesse contexto, o comunicado do Copom sobre a Selic destacou que o cenário internacional, somado à inflação acima da meta e ao aquecimento da atividade econômica no Brasil, reforçou a necessidade de elevar a taxa para 15% ao ano, visando garantir a convergência das expectativas inflacionárias às metas estabelecidas.