O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central define nesta quarta-feira (17/06) a nova taxa básica de juros da economia. A decisão do Copom sobre a Selic em junho divide o mercado entre manter os 14,75% ou elevar a taxa para 15%. Se confirmada a alta, será o maior patamar desde julho de 2015, durante o segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff.
Na ocasião, a Selic chegou a 14,25% em meio à crise fiscal e instabilidade política. Hoje, a nova decisão do Copom sobre a Selic em 2025 ocorre em contexto distinto, mas com desafios semelhantes: inflação pressionada, déficit público e dólar instável. Assim, não seria surpresa sua elevação.
Impactos da decisão do Copom sobre a Selic em junho na inflação
Apesar da desaceleração do IPCA nos últimos meses, as expectativas de inflação seguem acima da meta de 3%. O Boletim Focus mais recente projeta inflação de 4,5% para 2026. Já o próprio Banco Central estimou 3,6% no último relatório, reforçando a cautela que cerca a reunião do Copom em junho de 2025.
Para conter essa trajetória, o Copom tem sinalizado prudência. Na ata de maio, o comitê indicou que a política monetária segue “significativamente contracionista” e requer “cautela adicional”. O presidente do BC, Gabriel Galípolo, declarou que a decisão do Copom sobre a Selic em junho será baseada em dados atualizados e projeções do cenário macroeconômico.
Mercado reage à possível alta após decisão do Copom
O economista-chefe do Banco Pine, Cristiano Oliveira, defende a manutenção da Selic atual. Para ele, manter os 14,75% já configura um aperto monetário suficiente:
“Com a inflação em queda, não há necessidade de mais aumento”, disse o economista ao Valor.
O empresário Pedro Brandão, CEO da CredÁgil e especialista em finanças, também critica a possível alta na decisão do Copom sobre a Selic em junho:
“A Selic já está em nível restritivo. Aumentar agora só encarece o crédito sem atacar a origem do problema”, destacou Brandão.
Geldo Machado, presidente do SINFAC CE.PI.MA.RN, vai além e responsabiliza o governo pela pressão sobre o Banco Central:
“É incoerente subir juros sem que o governo reduza despesas. A falta de cortes nos gastos públicos pressiona a política monetária e pune o setor produtivo”, disse Machado.
Para o mercado financeiro, a definição da Selic pelo Copom nesta semana se tornou um novo teste de confiança entre o BC e os agentes econômicos.