O Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina no 1º tri de 2025 caiu 5,1% em relação ao mesmo período de 2024, segundo informou o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). A recessão, com inflação acima de 270% e juros altos, continua afetando o consumo, os investimentos e a atividade industrial no país. O levantamento foi realizado com exclusividade pelo Economic News Brasil.
Na comparação com o último trimestre de 2024, a economia argentina cresceu 0,8%, e no acumulado de 12 meses, o avanço chegou a 5,8% — o maior desde 2022. Esse resultado, no entanto, ocorre sobre uma base fraca e depende de fatores como o aumento de 42,8% nas importações. As exportações da Argentina também subiram, com alta de 7,2%, mas não indicam uma retomada consistente da economia.
PIB da Argentina no 1º tri de 2025 expõe crise no comércio e consumo
O comércio recuou 8,7%, enquanto a construção civil teve queda de 19,7%. A indústria encolheu 13,7%, refletindo a dificuldade das empresas em manter a produção diante da alta nos custos e da instabilidade cambial. O consumo das famílias caiu 6,7%, pressionado pela inflação e pela dificuldade de acesso ao crédito. Esses setores contribuíram diretamente para o desempenho negativo do PIB da Argentina no 1º tri de 2025 .
Além disso, os investimentos produtivos diminuíram 0,8%, sinalizando cautela dos empresários e pouca confiança na retomada econômica. O dado reforça que o crescimento trimestral não se apoia em fundamentos consistentes.
Dados do PIB da Argentina no 1º tri de 2025 mostram desafios da política econômica
Apesar do superávit comercial, impulsionado pela queda nas importações, o desempenho do PIB da Argentina no 1º trimestre de 2025 ainda reflete um cenário frágil. A política econômica do governo Javier Milei inclui cortes nos gastos públicos e reformas estruturais, mas enfrenta resistência social e instabilidade política.
Os analistas enxergam a alta de 0,8% como um alívio técnico, não como sinal de virada. A economia segue com baixa confiança, consumo retraído e pouco dinamismo industrial. Para que o PIB volte a crescer de forma sustentada, a Argentina precisará estabilizar seus indicadores macroeconômicos e recuperar a credibilidade entre investidores.
Comparativo: PIB na Argentina e no Brasil
O desempenho do PIB da Argentina no 1º trimestre de 2025 revela retração de 5,1% na comparação com o mesmo período de 2024. Esse resultado, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), reflete os efeitos do ajuste fiscal, queda no consumo das famílias e recuo na atividade industrial.
Comparativo: PIB na Argentina e no Brasil
Para ampliar a compreensão sobre o desempenho econômico recente da Argentina, vale observar como os dados do PIB se comportaram em relação ao Brasil no mesmo período. O comparativo a seguir apresenta as variações trimestrais e anuais de cada país, com base em dados oficiais dos institutos Indec (Argentina) e IBGE (Brasil).
Argentina
- PIB 1T25 vs 1T24: queda de 5,1%
- PIB 1T25 vs 4T24: crescimento de 0,8%
- Fonte: Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec)
Brasil
- PIB 1T25 vs 4T24: crescimento de 1,4%
- PIB 1T25 vs 1T24: crescimento de 2,9%
- Setores com destaque: agropecuária (+12,2%) e investimentos produtivos (+3,1%)
📌 Interpretação comparativa:
Enquanto a Argentina apresenta recuperação no trimestre atual, seu desempenho anual segue em retração. O Brasil, por outro lado, mantém crescimento consistente em ambas as comparações.
Comparativo: inflação na Argentina e no Brasil
A análise da inflação também ajuda a contextualizar o comportamento do PIB da Argentina no 1º trimestre de 2025, sobretudo quando comparado ao cenário brasileiro no mesmo período. Enquanto a Argentina enfrenta uma inflação acumulada de 43,5% em 12 meses até maio de 2025, o Brasil registrou um IPCA de 5,32% no mesmo intervalo, dentro da meta do Banco Central.

Nos meses recentes, o Brasil apresentou uma trajetória controlada de preços. Em maio, a inflação mensal ficou em 0,26%, a menor do ano. Já na Argentina, o mesmo mês teve alta de 1,5%, considerada baixa para os padrões locais, mas ainda elevada em termos absolutos. Essa diferença evidencia o contraste entre duas economias sul-americanas que enfrentam desafios fiscais distintos.
Além disso, enquanto o Brasil manteve a inflação sob controle desde o segundo semestre de 2024, com quedas consistentes mês a mês, a Argentina apenas iniciou o processo de desinflação após ajustes abruptos na política monetária. O impacto dessas estratégias se reflete diretamente nos níveis de consumo, crédito e confiança dos investidores — fatores que influenciam o desempenho do PIB da Argentina no 1º trimestre de 2025.
Avaliação final do PIB da Argentina no 1º tri de 2025
Os dados mais recentes sobre o PIB da Argentina no 1º tri de 2025 revelam uma economia em processo de ajuste, com sinais pontuais de recuperação no curto prazo, mas ainda enfrentando retração no comparativo anual. Em contraste, o Brasil mantém crescimento estável, impulsionado por setores produtivos e inflação sob controle, mas ainda enfrenta incertezas relacionadas à carga tributária, à necessidade de cortes nos gastos do governo e à taxa básica de juros (Selic) elevada, o que pode impactar os próximos resultados. O cenário indica desafios distintos, mas permite identificar tendências que ajudam a entender o momento econômico da região.









