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Consignado para CLT recua, mas juros ainda superam o dobro do INSS

A taxa de juros do consignado privado caiu para 3,75% ao mês, mas ainda é alta em comparação aos aposentados e servidores públicos. Com o Crédito do Trabalhador, o governo busca facilitar o acesso ao crédito. Apesar dos avanços, problemas como inadimplência persistem. A regulamentação pode aumentar a concorrência e trazer taxas mais competitivas, impactando milhões de brasileiros.
Carteira de trabalho com cédulas de reais sobre a mesa representa a taxa de juros do consignado privado para trabalhadores CLT.
A queda na taxa de juros do consignado privado é apenas o começo de um processo mais amplo. (Foto: Canvas)

A taxa de juros do consignado privado caiu para 3,75% ao mês em maio de 2025, segundo dados do Banco Central. A redução é reflexo direto do Crédito do Trabalhador, nova linha de empréstimo com desconto em folha criada para ampliar o acesso a crédito formalizado por trabalhadores da iniciativa privada, incluindo empregados domésticos e rurais.

Apesar do recuo, o custo do crédito para trabalhadores com carteira assinada (CLT) ainda é mais do que o dobro do aplicado a aposentados (1,61%) e servidores públicos (1,76%), evidenciando uma desigualdade no acesso ao crédito com garantia de salário.

Taxa de juros do consignado privado ainda penaliza o trabalhador CLT

Criado pela MP 1.209/2024, o Crédito do Trabalhador reformula o empréstimo consignado para CLT, estabelecendo regras de transparência, limite de comprometimento da renda, padronização de contratos e ampliação da portabilidade do consignado CLT. A medida visa aproximar as condições do setor privado das oferecidas no setor público, com condições para desconto em folha CLT mais claras e acessíveis.

Além disso, o programa busca incentivar a entrada de fintechs no crédito consignado, fomentando a concorrência e pressionando os grandes bancos a reduzirem suas taxas.

Juros caem, mas desafios permanecem

Embora a queda na taxa de juros do consignado privado represente um avanço, analistas alertam para obstáculos persistentes no setor. A rotatividade no emprego formal e o risco de inadimplência continuam elevando os custos para os bancos. Isso afeta, sobretudo, as instituições que ainda não aderiram às diretrizes da nova política.

Segundo Daniel Duque, economista da FGV, “a entrada de novos agentes, com atuação digital e processos ágeis, pode transformar a dinâmica do setor e facilitar o acesso ao crédito para milhões de brasileiros.”

Expectativa é de maior adesão e redução gradual

Com a regulamentação completa da MP do consignado privado prevista para os próximos meses, cresce a expectativa do governo. A adesão de novas empresas ao convênio pode gerar impacto positivo no financiamento para empregados formais.

Nesse cenário, a tendência é que o comparativo de juros entre INSS e CLT continue pressionando o mercado. Com isso, mais instituições devem oferecer taxas competitivas. O programa federal de consignado tende a se consolidar como uma ferramenta importante para democratizar o acesso ao crédito, com menor custo e mais segurança.

Para o empresário Pedro Brandão, especialista em finanças e CEO da CredÁgil, a queda na taxa de juros do consignado privado é apenas o começo de um processo mais amplo.

“Reduzir a taxa é importante, mas a verdadeira transformação virá quando o trabalhador CLT entender que pode comparar, portar e negociar crédito como qualquer servidor. A concorrência precisa chegar na base da pirâmide”, afirma.

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