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Explosão das bets no Brasil agrava crise social e afeta saúde pública

A explosão das apostas online no Brasil gerou uma crise social, evidenciada por casos como o de Henrique, que perdeu seu salário, e Fernanda, que descobriu que seu marido apostava em nome da família. Especialistas alertam para a urgência de políticas públicas e tratamento, dados os efeitos no SUS e a falta de regulação.
Homem afetado pelo vício em apostas no Brasil usando app de apostas no trabalho
Dos apostadores, 86% têm dívidas e 64% estão negativados no Serasa. (Imegam: Ilustrativa)

O avanço das apostas online desencadeou uma crise silenciosa no país. o vício em apostas no Brasil já provoca uma onda de laudos psiquiátricos, afastamentos por auxílio-doença e denúncias de fraudes com CPFs — inclusive de menores de idade. Conforme publicação do The Intercept Brasil, casos como o de Henrique, 28 anos, diagnosticado com transtorno do controle de impulso após perder todo o salário, e Fernanda, que descobriu que o marido apostava usando dados de familiares, revelam os efeitos sociais diretos das bets.

Especialistas ouvidos apontam sobrecarga no SUS por demanda crescente de tratamento para dependência não-química, além de impactos na Previdência Social. A psicóloga Lais Fontenelle defende campanhas de prevenção e controle da propaganda digital, especialmente voltada a jovens vulneráveis.

Dados reforçam alerta sobre vício em apostas no Brasil

Desde a legalização das apostas de cota fixa em 2018, o setor cresceu rapidamente. Segundo publicação do Serviço Social da Indústria (SESI), baseada em pesquisa do Instituto Locomotiva, 64% estão negativados no Serasa e comprometem parte importante da renda mensal com jogos. Esse cenário revela a ausência de ações estruturadas do Estado frente ao avanço das plataformas.

O procurador federal Eduardo Rocha Dias, da AGU e pesquisador da Unifor, lidera o projeto “Apostas Esportivas e a Prevenção do Jogo Patológico”, que visa usar algoritmos para detectar jogadores em risco e aperfeiçoar a Lei 13.756/2018. Segundo ele, o vício em apostas no Brasil cresceu sem planejamento ou articulação entre as áreas econômica e de saúde.

“Faltou política pública. O Brasil não está preparado para lidar com a explosão de viciados e os esquemas ilegais que se aproveitam da fragilidade da regulação”, afirma Rocha Dias.

Especialistas defendem que o país enfrente o tema com políticas firmes: regulação de publicidade, ferramentas de autoexclusão, limites e apoio psicossocial.

Apostas online já comprometem empresários e produtividade no país

Além dos danos à saúde e às finanças pessoais, o vício em apostas no Brasil começa a atingir também o ambiente produtivo. Empresários e profissionais liberais relatam perda de foco, procrastinação e dificuldade de manter a rotina estratégica por conta do tempo consumido em plataformas de apostas.

Em vez de decisões voltadas ao crescimento dos negócios, muitos ficam presos em ciclos de compulsão por jogos online, negligenciando prazos, equipes e inovação. O prejuízo, nesse contexto, vai muito além do dinheiro apostado: trata-se da estagnação de lideranças e do enfraquecimento da produtividade em setores-chave da economia.

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