A liberação de emendas em 2025 teve sua semana mais intensa até agora. Entre os dias 24 e 28 de junho, o governo federal autorizou o pagamento de R$ 1,6 bilhão em emendas parlamentares, conforme levantamento do portal Metropoles com base em dados oficiais do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop).
A movimentação ocorre em meio à crescente pressão de congressistas por maior controle sobre os recursos orçamentários. Além disso, o contexto inclui votações estratégicas no Legislativo e a articulação do Palácio do Planalto para manter o apoio de sua base.
Liberação de emendas em 2025 bate recorde
Apenas na segunda-feira (24/06), antes da votações da derrubada do decreto do IOF, o governo empenhou R$ 909,8 milhões — maior valor diário do ano. No total, o montante liberado ao longo da semana equivale a cerca de 21% do valor total de emendas pagas até agora em 2025, que soma R$ 7,5 bilhões.
O modelo de liberação de emendas em 2025 envolve tanto emendas individuais impositivas quanto emendas de bancada, muitas delas direcionadas à saúde e infraestrutura. No entanto, líderes do Congresso ainda cobram mais previsibilidade e garantias sobre o cronograma de execução dos recursos.
Governo “Pagou e não recebeu” o IOF
Em contato com o Economic News Brasil, um deputado federal, sob condição de anonimato, afirmou que o governo “foi traído” na votação. Segundo ele, os recursos foram liberados com o objetivo de garantir apoio à manutenção do decreto que mantinha a cobrança do IOF. “Pagou e não recebeu”, resumiu o parlamentar, sugerindo que parte da base governista (incluindo parlamentares do Centrão) descumpriu o compromisso assumido com o Planalto.
Pressão política e cenário fiscal
O aumento da liberação de emendas em 2025 coincide com tensões políticas relacionadas à reforma tributária e à tramitação de medidas econômicas prioritárias para o governo. Parlamentares têm usado o controle das pautas legislativas como instrumento de barganha, exigindo contrapartidas orçamentárias.
Por outro lado, integrantes da equipe econômica alertam para o risco de comprometer o equilíbrio fiscal, especialmente em um cenário de déficit nas contas públicas. Ainda assim, a liberação acelerada de emendas em 2025 segue como estratégia central para garantir governabilidade.
Segundo o Siop, os dados refletem apenas os pagamentos efetivamente empenhados e não incluem eventuais restos a pagar.