Apesar do índice geral permanecer praticamente estável, o setor de informática puxou as vendas no varejo em maio, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE nesta terça-feira (08/07). Nesse contexto, a categoria de equipamentos e material de escritório, informática e comunicação cresceu 3,0% em relação a abril — o maior avanço entre os oito grupos analisados no varejo nacional.
As vendas no varejo em maio tem seu desempenho diretamente ligado à valorização do real frente ao dólar, que reduziu os custos de importação de produtos tecnológicos, especialmente componentes eletrônicos. Esse cenário favoreceu a retomada do consumo de bens duráveis, impulsionando a performance de segmentos ligados à tecnologia e ao lar.
Outro destaque foi o setor de móveis e eletrodomésticos, com crescimento de 2,0%, refletindo a continuidade da recuperação do consumo das famílias, especialmente em produtos para o ambiente doméstico.
Estabilidade do comércio geral reflete vendas no varejo em maio
Apesar dos destaques setoriais, o volume total das vendas no comércio varejista em maio registrou leve recuo de 0,2%, após queda de 0,4% em abril.
Segundo o IBGE, essa estabilidade está ligada ao chamado efeito base, já que março apresentou o maior nível da série histórica iniciada em 2000. Além disso, a restrição no crédito à pessoa física reduziu a disposição para compras de maior valor, o que impactou segmentos mais dependentes de financiamento. Esse ambiente, marcado por uma política monetária ainda contracionista, continua impondo desafios à expansão uniforme do comércio.
Comparação anual confirma avanço de tecnologia, móveis e vestuário
Na comparação com maio de 2024, as vendas no varejo em maio registram crescimento de 2,1%. Os principais segmentos responsáveis pelo desempenho foram:
- Informática e comunicação: +4,7%
- Móveis e eletrodomésticos: +7,0%
- Vestuário e calçados: +7,1%
- Produtos farmacêuticos: +5,5%
Enquanto isso, setores como combustíveis e lubrificantes, além de artigos de uso pessoal, apresentaram retração nas vendas.
No acumulado de 2025, o comércio varejista registra alta de 2,2%. Já no recorte dos últimos 12 meses, o crescimento é de 3,0%, demonstrando recuperação gradual do consumo, mesmo com pressões inflacionárias e seletividade no crédito.
Vendas no varejo em maio tem leve alta com setor automotivo
Considerando o varejo ampliado, que inclui as vendas de veículos, materiais de construção e atacado alimentício, o avanço foi de 0,3% em maio. Assim, o destaque ficou com o setor de automóveis e peças, que cresceu 1,5%. Já o ramo de materiais de construção manteve-se estável.
Por outro lado, o segmento de atacado de alimentos, bebidas e fumo registrou queda acentuada de 5,1%, na comparação com maio de 2024 — puxando o desempenho para baixo em parte do canal de distribuição.
Próxima divulgação: resultado de junho será em 13 de agosto
O IBGE anunciou que a próxima divulgação da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), com os dados consolidados de junho de 2025, será em 13 de agosto, com os dados de junho. Os números completos estão disponíveis no SIDRA/IBGE. Até lá, analistas seguem atentos aos desdobramentos do consumo das famílias, inflação de serviços e possíveis revisões da política de juros.
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