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Banco do Brasil 2T25: analistas projetam pior lucro entre grandes bancos

O Banco do Brasil enfrenta dificuldades no 2T25, com analistas prevendo uma queda de 51% no lucro, o que o deixa em uma situação delicada. Altas provisões e aumento da inadimplência, especialmente entre o agronegócio e as pequenas e médias empresas, impactam a rentabilidade. Com dividendos menores e um ROE reduzido, a instabilidade política traz incertezas. O que esperar do balanço em 13/08? Confira os detalhes para os acionistas.

A projeção do resultado do Banco do Brasil no 2T25 está no centro dos debates financeiros. Três grandes bancos — Safra, JPMorgan e Bank of America — apresentaram avaliações consistentes de deterioração, com destaque para risco de crédito, provisões altíssimas e queda livre na rentabilidade. A combinação dessas pressões pode colocar o banco estatal como o pior entre os quatro grandes bancos do país no segundo trimestre.

Safra: pior posição entre os grandes, queda de 51% no lucro no resultado do Banco do Brasil

O relatório do Banco Safra, enviado aos clientes em 13/07, projeta um lucro líquido de R$ 4,64 bilhões para o ciclo abril‑junho — queda de 51,1% em relação ao mesmo período de 2024. Essa métrica coloca o resultado do Banco do Brasil no 2T25 abaixo dos seus pares — Itaú, Bradesco e Santander — em termos de lucratividade.

Segundo os analistas do Banco Safra, Daniel Vaz, Maria Luisa Guedes e Rafael Nobre, dois fatores principais explicam esse cenário:

  1. Inadimplência em crescimento: Já no 1T25, o BB apresentou inadimplência de 3,04% no agronegócio. No 2T25, a deterioração se estende ao segmento corporativo, especialmente PMEs, refletindo aumento nos atrasos e renegociações — dividindo atenção de investidores.
  2. Provisões bilionárias: O Safra estima provisões brutas de R$ 12 bilhões (somando agro, pessoas físicas e jurídicas), contra números bem menores no 1T25, comprometendo de forma relevante a margem financeira e reduzindo o ROE.

As projeções sinalizam uma performance débil e ameaçam os dividendos. A expectativa é de um payout em torno de 30‑40%, corte de remuneração aos investidores e receio de efeitos duradouros no valuation da BBAS3.

JPMorgan: provisões de até R$ 13 bilhões e risco no agronegócio

O JPMorgan, por sua vez, trabalha com cenário de provisões líquidas de R$ 13 bilhões no 2T25 — aumento de 70% em relação ao ano anterior e 31% sobre o 1T25. O foco recai:

  • Ciclo de crédito prolongado: os analistas alertam que os efeitos de inadimplência no agronegócio vão demorar para desaparecer, ainda mais com a resolução 4.966 do Banco Central que elevou provisões obrigatórias.
  • Migração para Estágio 2: centenas de operações rurais atrasadas migrando para estágios de risco mais elevados, ajustando provisões de forma retroativa.

O impacto é direto: margem financeira ligada aos juros impacta o resultado do Banco do Brasil, e o ROE pode atingir 11,6%, o menor desde 2016. O lucro líquido estimado fica na faixa de R$ 4,9 bilhões .

Apesar da cautela, o JPMorgan mantém recomendação neutra para BBAS3, com preço‑alvo em R$ 31 — refletindo avaliação com upside moderado (~18%) frente ao dividend yield de ~10%.

Bank of America: lucro reduzido, provisões elevadas e underperform

O Bank of America adota tom mais agressivo. Rebaixou a recomendação para underperform, equivalente a venda, e reduziu o preço‑alvo de R$ 24 para R$ 20. Destacam-se:

  • Provisões somando R$ 14,1 bilhões no 2T25 — alta de 49% em relação a 2025.
  • Lucro em queda de 40% no ano e payout reduzido de 40% para 30%, impactando diretamente as projeções por ação.
  • Deterioração generalizada dos ativos, não só no agronegócio, como também em consumo e crédito corporativo.

O BofA sustenta que o 2T25 será “significativamente pior” que o já fraco 1T25 e que o ROE entrará em território histórico negativo.

Crescimento macroeconômico e volatilidade por trás do resultado do Banco do Brasil

O ambiente agregado colabora com a pressão:

  • Condições externas e juros elevados afetam demandantes de crédito, já transitando para níveis de inadimplência .
  • Ciclos longos de crédito agrícola e ajustes pós-refinanciamentos são fatores de pressão prolongada sobre os balanços.
  • Ambiente político-eleitoral mantém volatilidade cambial e pressão inflacionária, elevando sinistros de crédito.

Impacto para acionistas BBAS3

  1. Dividendos menores e preço‑alvo reduzido
    Payout entre 30‑40%, junto à projeção de lucro 40‑50% menor, levaram à revisão do preço‑alvo de R$ 24 a R$ 20 pelo BofA.
  2. ROE pressionado e valuation estagnado
    Com ROE projetado em ~11%, longe dos 17‑21% históricos, a relação preço/lucro (P/E) tende a ficar abaixo de 5×, o que sustenta valuation descontado.
  3. Ações em rally eleitoral?
    O JPMorgan vê a BBAS3 como aposta moderada para o ciclo eleitoral de 2026, mas apenas se os balanços melhorarem a partir de 2S25.

Resumo analítico dos dados do BB

A projeção do resultado do Banco do Brasil no 2T25 traz um quadro preocupante. O Safra aponta queda de 51% no lucro, com provisões de R$ 12 bi. O JPMorgan projeta provisões de R$ 13 bi, ROE em níveis históricos baixos. O BofA prevê provisões de R$ 14,1 bi, lucro 40% menor, payout reduzido e ações underperform. O contexto macroeconômico se soma a ciclos de crédito difíceis e incertezas eleitorais.

O balanço oficial sairá em 13/08 — até lá, as expectativas seguem negativas. Os dados poderão reforçar essa tese ou trazer algum alívio caso a inadimplência e provisões fiquem abaixo das estimativas.

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