O resultado da WEG no 2T25 trouxe números positivos em comparação com o mesmo período de 2024, mas não animou o mercado. A companhia reportou lucro líquido de R$ 1,592 bilhão, alta de 10,4% na comparação anual, porém 6,6% abaixo da expectativa dos analistas. Frente ao primeiro trimestre de 2025, o avanço foi modesto, de 3%.
Apesar do crescimento, os papéis da companhia (WEGE3) recuavam 5,25% às 14h27 desta quarta-feira (23), cotados a R$ 39,15. A queda reflete a frustração dos investidores com os números aquém do consenso.
Receita e Ebitda sob pressão
A receita líquida consolidada atingiu R$ 10,207 bilhões, 10,1% acima do 2T24, mas 6,9% abaixo das projeções. A expansão foi puxada pelo mercado externo, que cresceu 17,3%, enquanto o mercado interno teve avanço tímido de 1,0%. Descontando aquisições como Marathon, Rotor, Cemp, Volt e Reivax, o crescimento seria de 6,3%.
O Ebitda somou R$ 2,260 bilhões, alta de 6,5% na base anual, mas 6,5% inferior ao previsto pelos analistas. A margem Ebitda ficou em 22,1%, recuo de 0,8 p.p. ante o 2T24. Em relação ao 1T25, houve leve alta de 0,5 p.p., indicando recuperação parcial.
ROIC e dividendo: sinais mistos
O ROIC (Retorno sobre o Capital Investido) foi de 32,9% no segundo trimestre, com queda de 4,5 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2024. Em relação ao trimestre anterior, o indicador recuou 0,3 p.p., sinalizando menor eficiência no uso do capital.
Na véspera da divulgação dos resultados, a companhia anunciou dividendos intermediários de R$ 0,171 por ação, totalizando R$ 719,35 milhões. O pagamento será realizado em 13/08 e as ações passam a ser negociadas ex-dividendos em 28/07.
Mercado vê desempenho “tímido” e cobra estratégia
Analistas da Genial Investimentos classificaram o resultado da WEG no 2T25 como “tímido”, destacando que, embora tenha havido avanço sobre o 1T25, os indicadores ficaram bem abaixo do consenso de mercado. A receita líquida e o lucro líquido vieram, respectivamente, 7,6% e 8,1% abaixo das estimativas da corretora.
Riscos externos seguem no radar. Em comunicado, a empresa reforçou sua atuação global e portfólio diversificado como formas de mitigar choques macroeconômicos. No entanto, não apresentou respostas claras para o impacto do tarifaço anunciado por Donald Trump contra o Brasil — tema que preocupa o mercado.
