A dívida do Carrefour Brasil, que no país controla as marcas Atacadão, Sam’s Club e Banco Carrefour, deverá ser refinanciada por decisão do controlador francês, Carrefour S.A. O valor acumulado chega a R$ 9,7 bilhões. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (24/07), por meio de comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O grupo avalia alternativas para reorganizar o pagamento da dívida e melhorar o equilíbrio financeiro da operação brasileira.
Ainda não há prazos definidos, mas a empresa afirmou que manterá o mercado informado conforme as exigências da CVM.
Dívida do Grupo Carrefour exige reestruturação estratégica
O valor elevado da dívida do Grupo Carrefour representa um desafio relevante para a empresa no Brasil. Embora o grupo mantenha forte presença nacional em múltiplos formatos de varejo — do atacarejo ao e-commerce —, os custos associados ao endividamento impactam sua rentabilidade e capacidade de investimento.
Ao buscar o refinanciamento, a empresa pretende alongar os prazos e reduzir encargos, o que pode liberar fôlego para a operação e contribuir para uma estrutura financeira mais eficiente e sustentável.
Dívida do Grupo Carrefour e distribuição de lucro: como isso é possível?
A decisão de refinanciar a dívida pode parecer contraditória frente a períodos recentes em que a empresa anunciou lucro e recompensou acionistas. No entanto, é comum que grandes grupos distribuam dividendos com base em lucro contábil, sem que isso represente excesso de caixa disponível.
O refinanciamento da dívida do Grupo Carrefour visa reduzir o peso dos juros sobre o caixa e organizar o pagamento de passivos de forma mais controlada. Ao mesmo tempo, a distribuição de lucros cumpre compromissos com os acionistas e sinaliza confiança no desempenho da empresa.
Nova liderança reforça movimento de reorganização no Brasil
O Grupo Carrefour também passa por mudanças na sua gestão. Pablo Lorenzo foi nomeado como novo CEO da operação brasileira, substituindo Stéphane Maquaire. Com mais de 30 anos de experiência no grupo, Lorenzo esteve à frente da reestruturação da operação na Argentina e agora assume o comando de mais de 1.000 lojas no Brasil.