Como Carla Zambelli foi presa é a pergunta que muitos passaram a fazer desde a divulgação, na tarde desta terça-feira (29/07), da detenção da deputada federal em Roma. A notícia surpreendeu até mesmo quem acreditava que, por ter cidadania italiana, ela estaria fora do alcance da Justiça brasileira.
Carla Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal a 10 anos de prisão em regime fechado por envolvimento na invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o hacker Walter Delgatti. Após a decisão do STF, ela deixou o Brasil em 25 de maio rumo à Argentina. Em seguida, passou pelos Estados Unidos e se instalou na Itália, onde passou a se referir à própria situação como um “exílio”.
É importante destacar que, ao deixar o país, Zambelli já havia sido condenada, mas ainda não havia ordem formal de prisão. Dias depois, o ministro Alexandre de Moraes decretou sua detenção preventiva, alegando que a viagem ao exterior tinha como objetivo evitar a aplicação da lei penal. A saída do país aconteceu às vésperas do julgamento de seus recursos, o que reforçou a suspeita de fuga deliberada.
Por isso, além de decretar a prisão, o ministro Alexandre de Moraes determinou o bloqueio de bens, suspendeu o passaporte da deputada e solicitou sua inclusão na lista de difusão vermelha da Interpol. Essas ações facilitaram a articulação internacional e ajudam a entender os bastidores de como Carla Zambelli foi presa, reforçando a cooperação entre as autoridades brasileiras e italianas.
Bonelli rompe o silêncio e revela como Carla Zambelli foi presa
O ponto de virada na captura da parlamentar veio de um gesto político. Angelo Bonelli, deputado do partido Europa Verde, afirmou publicamente que acionou a Polícia Nacional italiana após ser informado de que Zambelli se escondia no bairro Aurelio, na zona oeste de Roma.
Segundo ele, bastou uma ligação para fornecer o endereço. “Carla Zambelli está em um apartamento em Roma. Informei o endereço à polícia”, escreveu em sua conta no X. Pouco mais de duas horas depois, os agentes confirmaram que ela estava no local. Com isso, foi ativado o alerta vermelho da Interpol, que autorizou a prisão imediata.
Como Carla Zambelli foi presa dentro do apartamento em Roma
Carla Zambelli foi localizada no sexto andar de um prédio próximo ao Vaticano, em uma área de classe média alta da capital italiana. Segundo os investigadores, o imóvel pertence a uma empresária brasileira do Rio de Janeiro. O aluguel mensal de um apartamento como aquele gira em torno de € 1.500, o equivalente a cerca de R$ 10 mil.
O local onde ela se escondia revela detalhes importantes sobre como Carla Zambelli foi presa. A operação foi executada pela Digos, divisão especializada em investigações de segurança. Apesar da abordagem direta, Zambelli não resistiu à prisão. Ela foi levada à delegacia, onde aguarda a decisão da Justiça italiana sobre sua situação.
Desdobramentos legais mostram mais detalhes sobre como Carla Zambelli foi presa
Agora, a Polícia Federal tenta identificar a empresária brasileira que seria proprietária do imóvel usado pela deputada. Pois, os investigadores buscam apurar se Carla Zambelli pagava aluguel ou se a residência foi cedida intencionalmente para que ela se ocultasse. A investigação sobre essa possível rede de apoio ajuda a esclarecer como Carla Zambelli foi presa, ao apontar indícios de suporte logístico durante sua permanência foragida.
Caso se comprove que houve colaboração deliberada, a dona do imóvel poderá responder por favorecimento pessoal, crime previsto no artigo 348 do Código Penal, que pune quem ajuda alguém a escapar da Justiça. Além disso, a conduta pode configurar obstrução de Justiça, a depender da análise do Ministério Público e da cooperação internacional.
Próximos passos após a prisão de Zambelli: extradição e etapas jurídicas
Com a prisão já confirmada, o caso entra agora em uma nova fase. Como Carla Zambelli foi presa fora do Brasil, inicia-se o trâmite formal de extradição. A Justiça italiana tem até 48 horas para decidir se mantém a detenção, concede liberdade provisória ou dá início ao processo de devolução ao Brasil.
A extradição, no entanto, não é automática. Assim como no Brasil, o processo italiano passa por diversas instâncias. Primeiro, há uma análise de juridicidade, que pode envolver o Conselho de Estado. Só depois o caso chega ao Executivo italiano, responsável pela decisão final.
Apesar da complexidade legal, a visibilidade internacional do caso e a boa relação entre os governos podem acelerar os trâmites de extradição. Ainda assim, o desfecho depende da decisão da Justiça italiana.
O eventual pedido de asilo apresentado pela defesa de Carla Zambelli também pode influenciar no andamento do processo.