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Tarifaço de Trump exclui “onças” das principais exceções

A nova política do tarifaço de Trump atinge em cheio os estados considerados “onças brasileiras”, são os motores do agronegócio nacional. Apenas 30% de suas exportações escaparam das tarifas de 50%, enquanto os outros foram os mais poupados
Tarifaço de Trump
O grupo das “onças” inclui Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Foto: Descrição/Freepik)

As chamadas “onças brasileiras” — grupo de estados emergentes com forte peso no agronegócio — foram os mais prejudicados pelo tarifaço de Trump, nova política tarifária dos Estados Unidos. Segundo pesquisa Futura/Apex, apenas 30% das exportações desses estados escaparam da tarifa de 50% imposta pelo governo norte-americano.

Enquanto isso, a média nacional foi mais favorável: cerca de 45% das exportações brasileiras foram isentas da sobretaxa. A disparidade evidencia uma distorção no comércio exterior, em que estados com alto desempenho produtivo sofrem maior pressão tarifária.

Café e carne lideram perdas com o tarifaço de Trump

A decisão da Casa Branca atinge diretamente o agronegócio. Cerca de 89% das exportações de café e 73% das vendas de carne bovina saíram dos estados considerados “onças” em 2024. Contudo, os dois produtos — pilares das vendas externas do país — ficaram de fora da lista de exceções tarifárias.

Com isso, o impacto no agronegócio nacional é expressivo, especialmente sobre cadeias produtivas com alto valor agregado. As sanções comerciais americanas, portanto, recaem sobre os setores mais estratégicos da pauta de exportações brasileiras.

Estados mais afetados pelo tarifaço de Trump e suas exportações

O grupo das “onças” inclui Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Juntos, exportaram R$ 159,7 bilhões em 2024, sendo US$ 14,4 bilhões só para os Estados Unidos — o equivalente a 36% de todas as exportações brasileiras para o mercado norte-americano.

Apesar desse volume expressivo, esses estados receberam menos exceções da política tarifária dos EUA, o que amplia o desequilíbrio regional nas exportações e levanta dúvidas sobre os critérios aplicados em Washington.

Estados menos atingidos pelo tarifaço de Trump ganham espaço

Enquanto os grandes polos produtivos enfrentam o tarifaço de Trump, estados com menor participação nas exportações obtiveram tratamento mais favorável. O Maranhão teve 91% de suas vendas externas poupadas, seguido por Sergipe (76%) e Rio de Janeiro (68%).

Esse cenário levanta questionamentos sobre os critérios técnicos utilizados na definição das exceções tarifárias. Estados com menor peso econômico foram proporcionalmente mais beneficiados — o que pode gerar tensões políticas internas e provocar redirecionamento da política comercial brasileira.

Pressão por acordos para reverter impactos

Diante do cenário adverso, o governo federal e a ApexBrasil agência responsável pela promoção das exportações brasileiras — devem intensificar as negociações com os Estados Unidos. O objetivo é rever produtos atingidos, ampliar as exceções e buscar novos acordos bilaterais que compensem os prejuízos sobre os principais polos do agronegócio.

O setor privado também pressiona por respostas, argumentando que a política adotada com o tarifaço de Trump penaliza justamente os estados mais produtivos e integrados ao comércio internacional. Há consenso de que é preciso atualizar a estratégia de inserção brasileira diante da atual guerra comercial provocada pelo tarifaço de Trump.

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