A semana começa com forte expectativa no cenário político internacional. Após uma série de declarações públicas, cresce a possibilidade de uma ligação entre Lula e Trump nos próximos dias. Na sexta-feira (01/08), o presidente dos Estados Unidos afirmou que o líder brasileiro pode procurá-lo “a qualquer momento”. Isso seria para discutir as recentes medidas tarifárias e outros atritos diplomáticos.
Segundo fontes do Palácio do Planalto, já existia a intenção de uma aproximação entre os dois líderes durante a Assembleia Geral da ONU, marcada para setembro, em Nova York. A resposta direta de Trump à imprensa brasileira elevou a atenção no Itamaraty e entre assessores presidenciais.
Na prática, o impasse virou uma disputa simbólica sobre quem dará o primeiro passo. Trump pressiona Lula publicamente, enquanto o presidente brasileiro reforça que está aberto ao diálogo, mas sem abrir mão da soberania nacional: “Quem decide o destino do Brasil são os brasileiros e suas instituições.”
Ligação entre Lula e Trump exige postura cautelosa
Mesmo com o clima de animosidade, a ligação entre Lula e Trump tem espaço para o diálogo, desde que respeitados os trâmites diplomáticos. Técnicos do Itamaraty reforçam que uma ligação entre chefes de Estado exige articulação prévia.
Internamente, o governo brasileiro acelera a conclusão de um pacote de apoio para setores prejudicados pelas novas tarifas, buscando mitigar os impactos econômicos e políticos. Ao mesmo tempo, Lula adota tom moderado:
“Tenho um limite de briga com os Estados Unidos. Não posso falar tudo que gostaria. Preciso falar o que é possível.”
Mesmo com sinais de abertura, o momento exige cautela, segundo especialistas em relações internacionais. A relação entre Brasil e Estados Unidos vive um dos momentos mais delicados desde o início do terceiro mandato de Lula. Cada gesto será analisado com atenção por mercados, aliados e eleitores.
Tarifa de 50% imposta por Trump agrava cenário bilateral
O pano de fundo do impasse é a tarifa de 50% imposta pelo governo americano sobre produtos brasileiros, que entra em vigor nesta quarta-feira (06/08). Trump justificou a medida com base em alegações de que o Brasil representa uma ameaça à segurança dos Estados Unidos.
Ele também citou ações do governo Lula que, segundo ele, violariam a liberdade de expressão e prejudicariam empresas e interesses estratégicos americanos.
As negociações por setores serão pautadas na ligação entre Lula e Trump
A movimentação prepara terreno para uma eventual ligação entre Lula e Trump. O atual cenário mostra avanços nas negociações, com a exclusão de aproximadamente 700 produtos da lista de tarifação.
Apesar do progresso, diversos setores ainda demonstram preocupação com os impactos e com o risco de perda de empregos. As tratativas devem continuar mesmo após o dia 06.
Nos bastidores, canais de diálogo estão sendo fortalecidos. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) conseguiu estabelecer comunicação com Howard Lutnick. Enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, articula uma segunda conversa com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent.
O Palácio do Planalto trabalha na montagem de um plano emergencial para auxiliar os setores mais prejudicados pelas tarifas. Entre as alternativas avaliadas estão medidas semelhantes às adotadas durante a pandemia, como subsídios e linhas de crédito específicas.