A nova tarifa de exportação imposta pelos Estados Unidos entrou em vigor nesta quarta-feira (06/08), atingindo diretamente 35,9% das mercadorias brasileiras embarcadas ao país. A medida eleva a alíquota total para 50% e marca uma inflexão na política comercial do governo Trump.
Produtos como café, carnes e frutas passam a pagar a sobretaxa, enquanto suco de laranja, combustíveis, minérios e aeronaves civis estão isentos. Segundo a Casa Branca, a nova tarifa de exportação foi motivada por “ameaças incomuns e extraordinárias” à segurança nacional, à economia e à política externa dos EUA.
O que ficou de fora da alíquota de 50% para exportação
Apesar do impacto da nova tarifa de exportação de 50% sobre uma parcela relevante das exportações brasileiras, cerca de 700 produtos foram excluídos da medida. A isenção contempla itens considerados estratégicos para o mercado norte-americano, especialmente nos setores de energia, insumos industriais e aviação civil.
A seguir, veja a lista dos principais produtos brasileiros que ficaram isentos da nova tarifa de exportação:
- Aeronaves civis e peças (como as produzidas pela Embraer)
- Metais de silício
- Ferro-gusa
- Alumina de grau metalúrgico
- Minério de estanho
- Polpa de madeira e celulose
- Metais preciosos
- Energia e produtos energéticos
- Fertilizantes
- Derivados de petróleo
- Subprodutos de aço e ferro
- Máquinas e equipamentos industriais
- Componentes eletroeletrônicos
- Óleos lubrificantes
- Suco e polpa de laranja
A exclusão mostra que a nova tarifa visa setores específicos, preservando insumos essenciais à economia dos EUA. Ainda assim, a medida amplia a insegurança jurídica no comércio exterior e pode provocar reações em cadeias globais de produção.
Nova tarifa de exportação agrava guerra comercial e pressiona exportadores
A nova tarifa eleva a tensão no comércio exterior Brasil-EUA, num momento de fragilidade diplomática. Especialistas ouvidos pela Agência Brasil apontam que a decisão tem forte conotação geopolítica e configura retaliação não só ao posicionamento do Brasil no Brics, mas também ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Trump justificou a elevação da alíquota com base na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), classificando o Brasil como “ameaça emergencial”. A tarifa de 40% se soma aos 10% já impostos desde abril, totalizando 50%. O decreto acusa o Brasil de prejudicar empresas americanas e cercear a liberdade de expressão de seus cidadãos, intensificando os efeitos da nova tarifa de exportação sobre o ambiente institucional.
Pequenos exportadores sentem impacto direto da nova tarifa de exportação
A nova tarifa de exportação já provoca efeito imediato entre exportadores brasileiros. Pequenas e médias empresas relataram à Agência Brasil o cancelamento de pedidos, dificuldade em renegociar contratos e a necessidade de buscar novos mercados para compensar as perdas.
Nova tarifa de exportação expõe fragilidade na relação Brasil-EUA
A adoção da nova tarifa amplia a instabilidade nas relações entre o governo brasileiro e dos Estados Unidos. Embora o comércio bilateral tenha apresentado superávit para os EUA, o governo Trump decidiu retaliar o Brasil como parte de uma política tarifária mais ampla voltada à proteção da indústria americana frente à ascensão da China.