A ilha no Rio Amazonas, localizada na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, tornou-se centro de uma disputa territorial acirrada. Formada recentemente por sedimentação, ela é reivindicada por Bogotá e Lima, que reforçaram presença militar e posicionamentos políticos na região.
Mais do que o território em si, está em jogo o controle sobre um ponto-chave de acesso ao principal curso do rio, responsável por conectar cidades amazônicas a rotas comerciais internacionais.
O que está em jogo para a Colômbia
Para a Colômbia, a posse da ilha é vital. A cidade de Letícia, seu único porto no rio Amazonas, depende desse trecho para manter saída fluvial ao Atlântico. Projeções indicam que, até 2030, o curso do rio pode se deslocar totalmente para o lado peruano, isolando Letícia e prejudicando o comércio, a logística e a influência geopolítica colombiana na região.
Além disso, a Ilha no Rio Amazonas funciona como ponto de apoio importante para a segurança e vigilância na tríplice fronteira, permitindo a Bogotá reforçar sua presença em uma das áreas mais sensíveis da Amazônia.
O que está em jogo para o Peru
Para o Peru, a importância está mais ligada à consolidação de um domínio que já exerce há décadas. Desde os anos 1970, Lima administra serviços públicos na região e, em julho, formalizou sua posse ao criar o distrito de Santa Rosa de Loreto. A ilha amplia a capacidade de fiscalização, o controle de tráfego fluvial e a projeção de poder na tríplice fronteira.
No entanto, o impacto de perder a posse seria menor do que para a Colômbia, já que o país manteria acesso irrestrito ao rio Amazonas a partir de outros pontos do território.
Vantagem crítica da ilha no Rio Amazonas para Bogotá
Embora a ilha no Rio Amazonas seja estratégica para ambos, os dados indicam que ela é mais importante para a Colômbia. Sem ela, Letícia pode perder sua ligação direta ao rio, comprometendo a posição do país no comércio fluvial amazônico e na geopolítica regional. Para o Peru, trata-se de reforçar um domínio já consolidado, enquanto para Bogotá, é uma questão de sobrevivência estratégica.