A inflação de julho 2025 subiu 0,26%, segundo dados divulgados nesta terça-feira (12/08) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio abaixo da expectativa do mercado, que projetava alta de 0,37%, e indica um alívio no curto prazo para a economia brasileira. Ainda assim, o índice permanece acima da taxa de 0,24% registrada em junho.
No acumulado do ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 3,26% e, em 12 meses, acumula alta de 5,23%, abaixo dos 5,35% do período anterior, mas ainda acima do teto da meta de 4,5% definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Em julho de 2024, a variação havia sido de 0,38%.
Inflação de julho de 2025 mostra impacto concentrado em energia elétrica e passagens aéreas
O grupo Habitação teve a maior alta, com avanço de 0,91% em julho. O destaque foi a energia elétrica residencial, que subiu 3,04% no mês e gerou impacto de 0,39 ponto percentual no índice. No acumulado de janeiro a julho, a alta é de 10,18%, o maior avanço para o período desde 2018, quando atingiu 13,78%. A pressão veio da bandeira tarifária vermelha patamar 1, que adiciona R$ 4,46 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos, somada a reajustes em concessionárias.
O grupo Transportes acelerou de 0,27% em junho para 0,35% em julho, puxado por alta de 19,92% nas passagens aéreas.
Sem o efeito da energia elétrica, a inflação de julho 2025 teria sido de 0,15%.
Alívio em combustíveis e alimentação
Principais variações de julho de 2025:
- Combustíveis: -0,64%
- Etanol: -1,68%
- Óleo diesel: -0,59%
- Gasolina: -0,51%
- Gás veicular: -0,14%
- Alimentação e bebidas: -0,27%
- Alimentação no domicílio: -0,69%
- Batata-inglesa: -20,27%
- Cebola: -13,26%
- Arroz: -2,89%
- Alimentação no domicílio: -0,69%
- Vestuário: -0,54%
- Comunicação: -0,09%
- Saúde e cuidados pessoais: +0,45%
- Despesas pessoais: +0,76%
Desempenho regional da inflação de julho de 2025
Inflação de julho 2025 por capitais:
- Brasil: +0,26%
Região Norte:
- Rio Branco (AC): -0,15%
- Belém (PA): -0,04%
- Manaus: não entrou na amostra do IBGE para julho.
Nordeste:
- São Luís (MA): -0,02%
- Fortaleza (CE): +0,11%
- Recife (PE): +0,32%
- Salvador (BA): +0,02%
- Aracaju (SE): +0,28%
Centro-Oeste:
- Campo Grande (MS): -0,19%
- Goiânia (GO): -0,14%
- Brasília (DF): +0,01%
Sudeste:
- Belo Horizonte (MG): +0,22%
- Grande Vitória (ES): +0,10%
- Rio de Janeiro (RJ): +0,24%
- São Paulo (SP): +0,46%
Sul:
- Curitiba (PR): +0,33%
- Porto Alegre (RS): +0,41%
Comparativo da inflação entre junho → julho 2025
- Brasil: 0,24% → 0,26%
Norte
- Rio Branco (AC): 0,64% → -0,15%
- Belém (PA): 0,16% → -0,04%
- Manaus (AM): não entrou na amostra do IBGE para julho (conforme você indicou)
Nordeste
- São Luís (MA): 0,22% → -0,02%
- Fortaleza (CE): 0,37% → 0,11%
- Recife (PE): 0,33% → 0,32%
- Salvador (BA): 0,29% → 0,02%
- Aracaju (SE): 0,14% → 0,28%
Centro-Oeste
- Campo Grande (MS): -0,08% → -0,19%
- Goiânia (GO): 0,16% → -0,14%
- Brasília (DF): 0,12% → 0,01%
Sudeste
- Belo Horizonte (MG): 0,53% → 0,22%
- Grande Vitória (ES): 0,25% → 0,10%
- Rio de Janeiro (RJ): 0,08% → 0,24%
- São Paulo (SP): 0,29% → 0,46%
Sul
- Porto Alegre (RS): 0,05% → 0,41%
- Curitiba (PR): 0,14% → 0,33%
Perspectivas para agosto
A inflação de julho de 2025 antecipa um cenário de atenção para agosto. A energia elétrica deve seguir pressionando, com adoção da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que acrescenta R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos. O impacto será parcialmente compensado pelo crédito do “Bônus de Itaipu”, que destinará R$ 883,07 milhões para reduzir custos de consumidores residenciais e rurais.
Com esses novos dados, a inflação confirma que, apesar de variações regionais e recuos pontuais em alguns itens, a pressão de custos segue em alta no cenário macroeconômico brasileiro.