Quando um setor enfrenta tarifas de 50% em um de seus principais mercados e ainda lida com surtos sanitários e custos elevados, a tendência seria registrar queda no lucro. Mas a JBS (BDR: JBSS32) contrariou o cenário: o resultado da JBS no 2T25 mostrou alta de 60,6% no lucro líquido, impulsionado pelo desempenho robusto da Pilgrim’s Pride nos EUA, aliado à resiliência da Seara e ao avanço na Austrália.
Esse crescimento ocorreu mesmo com o segmento de carne bovina nos Estados Unidos pressionado por margens negativas e oferta restrita de gado. A estratégia de diversificação geográfica e de portfólio foi determinante para equilibrar os efeitos das barreiras comerciais e manter a competitividade global.
Principais números resultado da JBS no 2T25:
- Lucro líquido: US$ 528,1 milhões (+60,6% vs. 2T24)
- Receita líquida: US$ 21 bilhões (+9% vs. 2T24)
- Ebitda ajustado: US$ 1,8 bilhão (-7,4%)
- Margem Ebitda: 8,4%
- 75% das vendas no mercado doméstico; 25% por exportações
Desempenho por operação:
- JBS Beef North America: Ebitda ajustado -US$ 233 mi (vs. +US$ 29 mi em 2T24); receita +13,6% para US$ 6,8 bi
- Pilgrim’s Pride: Ebitda ajustado US$ 817,7 mi (+4,5%); receita US$ 4,75 bi (+4,4%)
- Seara: receita US$ 2,16 bi (-2,5%); Ebitda ajustado US$ 391,8 mi (+1,2%)
- JBS USA Pork: receita US$ 2,06 bi (-4,8%); Ebitda ajustado US$ 253,6 mi (+5,6%)
- JBS Austrália: Ebitda ajustado US$ 290,2 mi (+28,5%); receita US$ 1,97 bi (+19,4%)
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Fatores externos e desafios:
- Tarifa de 50% dos EUA sobre carne bovina brasileira
- JBS responde por 15% das exportações brasileiras para os EUA (180 mil toneladas no 1º semestre)
- Gripe aviária no Brasil reduziu margem da Seara em -5%
- Embargos de China e União Europeia ainda limitam parte das exportações de frango
O CFO, da companhia, Guilherme Cavalcanti avalia que a baixa oferta de gado nos EUA seguirá pressionando os resultados no próximo ano, mas vê espaço para melhora no segmento de suínos, especialmente com a diversificação da produção e o fortalecimento das operações internacionais.