Um cumprimento efusivo, marcado por palmas e sorrisos, abriu a reunião entre Trump e Putin nesta sexta-feira (15/08), na Base Conjunta Elmendorf-Richardson, em Anchorage, no Alasca. Durante quase quatro horas de negociações, os líderes priorizaram questões comerciais e estratégicas, deixando o tema central — um possível cessar-fogo na guerra da Ucrânia — em segundo plano.
Trump classificou a conversa como “muito produtiva” e disse enxergar “boas chances” de avanço nas próximas rodadas. Putin descreveu o diálogo como “construtivo”, mas reforçou que a Rússia só aceitará um pacto se suas preocupações de segurança forem atendidas.
Reunião entre Trump e Putin e a defesa ucraniana
Mesmo sem Zelensky na mesa, os dois líderes sinalizaram interesse em novos encontros. Putin sugeriu realizar a próxima rodada em Moscou, proposta que Trump classificou como “interessante”. Além da pauta militar, ambos discutiram parcerias comerciais e reforçaram o potencial de investimentos bilaterais.
O presidente russo defendeu que a segurança da Ucrânia deve ser garantida, embora todos os fatores que originaram o conflito precisem ser resolvidos. Trump, em resposta, anunciou que pretende ligar para o líder ucraniano Volodymyr Zelensky e discutir o tema com a Otan nos próximos dias.
O pronunciamento conjunto de Trump e Putin durou apenas 13 minutos, sem espaço para outras perguntas da imprensa.
Apesar dos acenos diplomáticos, a percepção dominante é que a reunião entre Trump e Putin deu mais espaço a temas comerciais do que ao debate sobre um cessar-fogo imediato. A ausência do presidente da Ucrânia comprometeu a legitimidade do encontro e reforçou a impressão de que qualquer negociação sem Kiev é ineficaz. Até a próxima rodada de conversas, ainda sem data definida, a guerra seguirá cobrando vidas diariamente. Enquanto Trump e Putin exibiam sorrisos protocolares no Alasca, a realidade é que ucranianos continuam morrendo em razão da paralisia diplomática.