O anúncio do tarifas dos EUA de 50% contra produtos brasileiros rapidamente se transformou em combustível para a polarização política interna. A medida, justificada por Washington como resposta a desequilíbrios comerciais e a processos judiciais contra Jair Bolsonaro, ganhou contornos ainda mais intensos após pesquisa Datafolha revelar quem a população enxerga como responsável pelo desgaste diplomático.
Pesquisa Datafolha e os culpados pelas tarifas dos EUA
Segundo a pesquisa sobre o tarifas dos EUA de 50%, divulgada no sábado (16/08), 35% dos entrevistados culpam Lula. Outros 22% apontaram Jair Bolsonaro, enquanto 17% responsabilizaram Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Já 15% atribuem a crise ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Apenas 3% não culparam ninguém, 1% citaram todos e 7% não souberam responder.
O Datafolha ouviu 2.002 pessoas em 113 municípios entre 11 e 12 de agosto. A pesquisa tem margem de erro de 2 pontos percentuais e 95% de confiança.
Justificativas da tarifas e repercussão política
O governo norte-americano alegou desequilíbrio comercial e perseguição política contra Bolsonaro para impor a tarifa. Além disso, incluiu Alexandre de Moraes na lista de sanções sob a Lei Magnitsky, por seu papel como relator no processo de tentativa de golpe.
Essa narrativa reforça divisões no Brasil: de um lado, setores do governo tentam minimizar o impacto e defender a imagem externa do país; de outro, oposição e aliados de Bolsonaro exploram o episódio como prova de perseguição política.
Tarifaço de 50% dos EUA e efeitos internos
Com isso, o tarifas dos EUA não apenas amplia incertezas sobre exportações brasileiras, mas também aprofunda a disputa política doméstica. A medida fortalece a percepção de que pressões externas se misturam às batalhas internas, com efeitos diretos para o comércio, investidores e a estabilidade institucional.