A desconfiança sobre o ambiente jurídico brasileiro voltou a cobrar um preço alto do mercado financeiro. Nesta terça-feira (19), a queda das ações dos bancos brasileiros gerou perda de R$ 41,98 bilhões em valor de mercado e derrubou o Ibovespa em 2,10%, aos 134.432 pontos. O dólar também avançou, subindo 1,19% e fechando a R$ 5,4993. O movimento refletiu a decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que restringiu a aplicação automática de medidas unilaterais estrangeiras no Brasil.
Ações dos bancos brasileiros mais atingidas
- Banco do Brasil (BBAS3): -6,03%
- Bradesco (BBDC4): -3,43%
- BTG (BPAC11): -4,04%
- Itaú (ITUB4): -3,84%
- Santander (SANB11): -4,88%
As perdas conjuntas pressionaram o Ibovespa, já que o setor bancário tem forte peso na composição do índice da B3 e concentra grande volume de negociações diárias de suas ações.
Decisão e impactos
Dino determinou que sanções ou medidas unilaterais de governos estrangeiros não tenham validade imediata no Brasil. Embora não tenha citado diretamente as sanções contra Alexandre de Moraes, a medida foi entendida como um recado ao governo Trump. O Banco do Brasil. o mais afetado com a queda das ações dos bancos brasileiros, divulgou nota afirmando que segue integralmente a legislação nacional, mas lembrou que também responde a normas norte-americanas por meio do BB Americas, evidenciando a exposição internacional das instituições financeiras.
Insegurança jurídica e o baque nas ações dos bancos brasileiros
Analistas avaliam que a queda das ações dos bancos brasileiros reflete mais do que um ajuste de curto prazo. Decisões judiciais com forte componente político elevam a insegurança jurídica, reduzem a confiança dos investidores estrangeiros e aumentam a volatilidade do câmbio e da bolsa. Nesse cenário, o setor financeiro reafirma seu papel de termômetro da confiança no país, e qualquer sinal de instabilidade regulatória tende a acelerar a oscilação dos mercados nos próximos meses.