Depois de meses em queda e sob críticas intensas, o governo Lula (PT) mostra sinais de reação. A pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira (20/08), revelou que a aprovação de Lula subiu para 46%, enquanto a desaprovação do governo recuou para 51%. É a menor distância entre os indicadores desde janeiro, quando o cenário estava praticamente empatado. Analistas apontam que a percepção de alívio nos preços dos alimentos e a postura firme diante do tarifaço dos EUA, imposto pelo presidente norte-americano Donald Trump, ajudaram a fortalecer a popularidade presidencial.
Aprovação de Lula avança em segmentos estratégicos
Na comparação com julho, a avaliação do governo melhorou: aprovação avançou 3 pontos, e a rejeição caiu 2 pontos. Entre os beneficiários do Bolsa Família, 60% apoiam o governo. No recorte por renda, os mais pobres registraram 55% de apoio. O Nordeste também apresentou resultado expressivo, com 60% de aprovação contra 37% de rejeição.
Destaques da pesquisa Quaest:
- Aprovação de Lula: 46% (eram 43% em julho).
- Desaprovação do governo: 51% (eram 53%).
- Não sabe/não respondeu: 3% (eram 4%).
- Pior momento em maio: 57% de rejeição e apenas 40% de aprovação.
Aprovação de Lula cresce em São Paulo e entre idosos
Outro destaque foi São Paulo, onde a aprovação alcançou 34% e a rejeição caiu para 65%. Entre o eleitorado masculino, a diferença negativa diminuiu de 20 pontos em maio para 9. Já entre o eleitorado feminino, o cenário é de empate técnico. O apoio voltou a ser majoritário na faixa de idosos acima de 60 anos, que registrou 55% de aprovação, mostrando recuperação em segmentos antes mais críticos.
Recortes por perfil de eleitorado:
- Homens: rejeição caiu de 20 para 9 pontos de diferença.
- Mulheres: cenário de empate técnico.
- Idosos acima de 60 anos: 55% de aprovação.
- Nordeste: 60% de aprovação, 37% de rejeição.
- Bolsa Família: 60% de aprovação entre beneficiários.
Tarifaço de Trump também pesou na aprovação de Lula
A pesquisa Quaest investigou ainda a percepção sobre o tarifaço imposto por Donald Trump. Para 64% dos brasileiros, a medida vai elevar os preços dos alimentos. Além disso, 71% consideram que o presidente norte-americano errou ao justificar as tarifas como retaliação política. A firmeza de Lula diante dessa crise externa fortaleceu sua imagem e ampliou a avaliação do governo em áreas sensíveis da economia.
Contexto da aprovação e efeitos econômicos
Segundo Felipe Nunes, diretor da Quaest, a combinação de fatores políticos e de percepção econômica explica a recuperação dos índices. O levantamento foi encomendado pela Genial Investimentos e ouviu 12.150 pessoas entre 13 e 17 de agosto, com confiança estatística de 95% e margem de erro de 2 pontos. A evolução do cenário de preços e a condução do governo diante de choques externos devem definir os próximos movimentos na aprovação de Lula.
