A Venda da Braskem (BRKM5) deixou de ser apenas uma negociação empresarial e passou a simbolizar a fragilidade de uma das maiores petroquímicas do Brasil. Na sexta-feira (22/08), a ação companhia fechou a R$ 8,55 na B3, acumulando queda de 51,11% nos últimos 12 meses. O movimento reduziu o valor de mercado da companhia para R$ 7,14 bilhões, reforçando a pressão por uma solução rápida.
Venda da Braskem em meio à crise de caixa
Entre abril e junho de 2025, a Braskem registrou alavancagem de 10,6 vezes a relação entre dívida líquida e Ebitda. Esse salto de 33% em relação ao trimestre anterior mostrou o tamanho da fragilidade. Além disso, o consumo de caixa foi de R$ 1,4 bilhão, sinal de que a empresa está gastando mais do que consegue gerar. Nesse cenário, o negócio é visto como urgente para evitar um colapso maior.
Riscos financeiros da venda da Braskem
Na última semana, as agências Fitch e Moody’s rebaixaram os ratings da petroquímica. Os analistas alertaram que o fluxo de caixa seguirá pressionado pelo passivo ambiental em Maceió, pela estagnação global do setor e pela queda dos spreads petroquímicos. A Moody’s destacou ainda que a situação crítica pode se arrastar por até 18 meses, mesmo que a operação de venda avance.
As disputa pela compra da Braskem
A negociação da Novonor com o fundo Petroquímica Verde, de Nelson Tanure, perdeu a exclusividade na sexta-feira (22/08), mas as conversas continuam. Agora, a venda da Braskem deve ganhar novos capítulos no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A Petrobras, dona de 36,1% do capital total e 47% das ações com voto, já se posicionou como terceira interessada e mantém preferência sobre a fatia em disputa.
Possíveis efeitos da com a negociação da Braskem
Segundo a Fitch, a entrada de um novo controlador poderia levar a uma reestruturação de dívidas, aumentando os riscos para credores e acionistas. Para consumidores e o mercado, uma mudança brusca de gestão pode significar ajustes de preços, cortes de produção e até impactos em cadeias industriais dependentes de insumos petroquímicos.
Com isso, a venda da Braskem se mantém cercada por incertezas: pressão financeira, entraves regulatórios e interesses de gigantes como a Petrobras. O resultado final não será apenas um negócio, mas um movimento capaz de redesenhar o setor petroquímico brasileiro.









