O crédito para indústria 4.0, lançado na segunda-feira (26/08) pelo governo federal, pode se tornar uma oportunidade para modernizar máquinas, integrar inteligência artificial e ampliar a produtividade das indústrias nacionais. Mais do que o anúncio em si, é importante que os empresários compreendam como essa linha de crédito foi estruturada, quais são seus custos e de que forma ela pode acelerar a renovação tecnológica nos negócios. Em um cenário global altamente competitivo, saber acessar e aplicar esses recursos pode significar a diferença entre ganhar ou perder mercado.
Do total de R$ 12 bilhões, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) responde por R$ 10 bilhões. Desse valor, R$ 4,3 bilhões utilizam a Taxa Referencial (TR) e o restante segue linhas tradicionais, garantindo que o custo final não ultrapasse 8,5% ao ano.
Já a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) opera R$ 2 bilhões, com juros de TR + 7,5% ao ano, voltados exclusivamente para indústrias no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. As condições incluem prazos estendidos e maior carência, reduzindo riscos para o empresário.
Quem pode se beneficiar
Os recursos são destinados à modernização de equipamentos e adoção de soluções como automação avançada, robótica, inteligência artificial, eficiência energética e integração digital. Setores como metalurgia, alimentos, químicos e têxtil devem encontrar no crédito para indústria 4.0 uma oportunidade para reduzir custos, ampliar produtividade e acelerar exportações.
O que pode ser adquirido com o crédito para indústria 4.0
O crédito para indústria 4.0 é para equipamentos credenciados no BNDES, que tragam tecnologia embarcada e integração digital. Entre os itens elegíveis estão:
- Robôs industriais e colaborativos (cobots) para linhas de produção.
- Máquinas CNC para corte, usinagem e impressão 3D.
- Sistemas de automação com sensores inteligentes e monitoramento em tempo real.
- Equipamentos de Internet das Coisas (IoT) para integração de dados em fábricas.
- Softwares embarcados e dispositivos de inteligência artificial aplicados à manutenção preditiva.
- Máquinas agrícolas e de construção inteligentes, com GPS, telemetria e conectividade.
- Equipamentos para eficiência energética, como motores de alto rendimento e inversores de frequência.
- Soluções de realidade aumentada e realidade virtual voltadas à capacitação e operação.
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Crédito para indústria 4.0 com juros competitivos
Para Aloísio Mercadante, presidente do BNDES, os financiamentos oferecem parâmetros competitivos frente ao cenário internacional. Já o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, destacou que a medida reduz o tempo de depreciação das máquinas de 15 para 2 anos, facilitando a troca de equipamentos obsoletos. O governo também citou negociações comerciais em andamento com países como México, Canadá, Índia e Nigéria, o que pode abrir novos mercados para os produtos brasileiros.
Modernização como estratégia
Mais do que crédito barato, a iniciativa exige visão estratégica do empresário. Modernizar o parque fabril e adotar soluções digitais significa ganhar eficiência, reduzir custos e gerar produtos de maior valor agregado. Esse movimento pode marcar uma virada para o setor industrial, que há anos convive com atraso tecnológico e baixo investimento. O desafio está em aproveitar as condições oferecidas e transformar financiamento em vantagem competitiva duradoura.









