O Brasil voltou a assistir a um golpe milionário contra seu sistema de pagamentos. Dois meses após um ataque à C&M Software desviar quase R$ 1 bilhão, o HSBC sofre ataque hacker que resultou em perdas de R$ 380 milhões. O episódio teve origem em falhas da Sinqia, empresa de tecnologia responsável por conectar instituições financeiras à rede do Banco Central por meio do Pix.
A reincidência amplia a sensação de fragilidade digital e deixa no ar a dúvida: até onde vai a segurança do sistema do Banco Central diante de invasões cada vez mais frequentes?
HSBC sofre ataque hacker em falha da Sinqia
O ataque ocorreu na sexta-feira (29/08), quando invasores exploraram vulnerabilidades no ambiente Pix da Sinqia e realizaram transferências milionárias para contas de laranjas. Investigações preliminares indicam que os criminosos pretendiam desviar mais de R$ 1 bilhão em recursos. O corte imediato da conexão pelo Banco Central barrou parte da ofensiva e recuperou R$ 350 milhões, mas não evitou o rombo de R$ 380 milhões no HSBC.
Em nota, o Banco Central afirmou que agiu para diminuir maiores danos, restringindo as operações suspeitas ao ambiente da Sinqia.
“Adotamos medidas para bloquear as transações e reforçar a proteção. Seguimos com monitoramento reforçado em tempo real e contamos com o apoio de especialistas forenses para garantir a segurança do ambiente digital. Nosso compromisso é preservar a confiança dos clientes e colaborar integralmente com as autoridades na apuração do incidente.”, destacou a instituição.
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Ataques em série levantam dúvidas sobre o Pix
O episódio soma-se ao ocorrido em 01/07, quando a C&M Software foi invadida e permitiu o desvio que pode ter superado R$ 1 bilhão em valores de contas de instituições no Banco Central. Na ocasião, o Banco BMP perdeu R$ 541 milhões, seguido por Credsystem e Banco Paulista. Assim como agora, quando o HSBC sofre ataque hacker por falha da Sinqia, a técnica utilizada foi o “ataque à cadeia de suprimentos”, mirando provedores terceirizados menos protegidos para atingir múltiplos bancos ao mesmo tempo.
O Banco Central já havia emitido alertas sobre movimentações atípicas em criptoativos. Mesmo assim, não conseguiu evitar que a fragilidade do sistema se repetisse, expondo riscos ao ecossistema financeiro.
Banco Central sob pressão e riscos ao sistema financeiro
As falhas consecutivas colocam o Banco Central em uma posição delicada. A crítica do mercado é que o órgão mantém silêncio após episódios que abalaram a credibilidade do Pix, um dos principais instrumentos de inclusão bancária no Brasil. Especialistas pedem reforço na fiscalização, auditorias independentes em provedores e novas exigências de compliance digital.
A recorrência de casos como o que fez o HSBC sofrer o ataque hacker reforça a cobrança por mais fiscalização e testes de segurança digital. Para bancos médios e fintechs, altamente dependentes de empresas terceirizadas, a preocupação é imediata. O receio é que a repetição de falhas coloque em xeque a confiança de investidores e clientes.
Ataque hacker do PIX e o PCC
Especialistas ouvidos pelo Economic News Brasil avaliam que os ataques recentes ao Pix podem abrir espaço para um novo tipo de ação do Primeiro Comando da Capital (PCC). Após revelações de fraudes no sistema financeiro envolvendo a facção, cresce a preocupação com roubos virtuais em larga escala. Episódios como o que levou o HSBC a sofrer o ataque hacker estimulam organizações criminosas a explorar brechas digitais dos provedores terceirizados. Essas falhas expõem fragilidades do sistema de pagamentos.
HSBC sofre ataque hacker e reforça alerta sistêmico
O fato de o HSBC sofrer ataque o hacker tão próximo ao rombo da C&M Software ocorrido no último mês chama atenção. Esse episódio não pode ser tratado como coincidência.
A repetição revela um padrão explorado por criminosos: atingir pontos frágeis da cadeia tecnológica que sustenta o Pix. Sem medidas efetivas do Banco Central, o risco sistêmico permanece.









