O salário mínimo em 2026 deve chegar a R$ 1.631, com aumento de 7,44%, segundo o Lei de Diretrizes Orçamentárias enviado ao Congresso nesta sexta-feira (29/08). O valor ficou R$ 1 acima do previsto na LDO e impactará diretamente aposentadorias, pensões e programas sociais, como o Bolsa Família e o Auxílio-Gás, que têm o mínimo como referência.
A correção segue a regra aprovada no fim de 2024, que combina a inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do ano anterior. Mas impõe limite de 2,5% acima da inflação. Assim, mesmo com crescimento de 3,4% do PIB em 2024, o ganho ficou abaixo dos 8,18% inicialmente calculados.
Salário mínimo em 2026 e as contas públicas
O aumento do salário mínimo em 2026 se insere em um Orçamento de R$ 6,5 trilhões, que prevê despesas primárias de R$ 3,2 trilhões. Além disso, essa alta representa R$ 168 bilhões a mais em relação a 2025. Nesse cenário, mais de 90% desse gasto corresponde a despesas obrigatórias, principalmente previdência social. Por outro lado, apenas 7,6% são despesas discricionárias, voltadas a investimentos e à manutenção da máquina pública.
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, destacou que a proposta busca consolidar disciplina fiscal. “Estamos apresentando ao Congresso o melhor resultado fiscal dos últimos 15 anos”, afirmou. Ele reforçou que o superávit projetado depende de recomposição de receitas e controle de gastos primários.
Benefícios sociais atrelados ao salário mínimo em 2026
Entre os programas sociais, o Orçamento prevê R$ 158,6 bilhões para o Bolsa Família, R$ 12 bilhões para o Pé-de-Meia, R$ 6,5 bilhões para a Farmácia Popular e R$ 5,1 bilhões para o Auxílio-Gás. Outros destaques incluem R$ 77,6 bilhões para o Novo PAC e R$ 5,6 bilhões para o Minha Casa, Minha Vida.
Esses recursos terão impacto adicional conforme a definição final do salário mínimo em 2026, que poderá ser revisado em dezembro caso a inflação supere as estimativas atuais. Caso a inflação de 2025 avance além das projeções, o reajuste final poderá elevar ainda mais os gastos obrigatórios, pressionando o espaço para investimentos e políticas públicas.
Projeções econômicas e desafios
O governo trabalha com crescimento do PIB de 2,44% em 2026, inflação de 3,6% e taxa Selic de 13,11% ao ano. O dólar médio projetado é de R$ 5,76. A meta fiscal prevê superávit de 0,25% do PIB, cerca de R$ 34,3 bilhões, após a meta de déficit zero em 2025. O desafio será equilibrar a valorização do salário mínimo em 2026 com a sustentabilidade fiscal.









