A sucessão na Randoncorp (RAPT4) não pegou o mercado de surpresa, mas chega carregada de expectativa. Daniel Randon assumiu nesta segunda-feira (01/09) o comando da holding e da controlada Fras-le, após plano de sucessão anunciado em fato relevante no dia 20 de março de 2025. Desde então, investidores já sabiam que a data marcaria uma virada de gestão. O desafio é que essa virada aconteça em um dos momentos mais delicados da história recente do grupo.
Resultados pressionados sob Daniel Randon
Os números mais recentes da holding Randoncorp expõem o tamanho do desafio.
- 1T25: prejuízo líquido de R$ 7,7 milhões, queda de 109,4% frente ao 1T24.
- 2T25: prejuízo líquido de R$ 34,9 milhões, revertendo o lucro de R$ 87 milhões no 2T24, retração de 140,2%.
Especialistas apontam que os resultados foram pressionados pela retração nas vendas ao agronegócio, setor que sofre com juros altos e incerteza econômica. Para analistas, esse é o primeiro obstáculo que Daniel Randon terá de enfrentar: reposicionar a holding em meio à fragilidade do mercado interno.
Fras-le sob gestão de Daniel Randon
A controlada Fras-le, por sua vez, ajuda a equilibrar o tabuleiro e demonstra maior resiliência em meio às perdas da holding.
- 1T25: lucro líquido de R$ 70 milhões, queda de 35,9% frente ao 1T24.
- 2T25: lucro líquido de R$ 49,7 milhões, alta de 20,1% sobre o 2T24.
Segundo analistas de mercado, a Fras-le mostra capacidade de adaptação, mas também oscila com a pressão de custos. A expectativa é que Daniel Randon use a integração das duas companhias para ampliar ganhos de eficiência e reforçar a estratégia de exportação.
Reação cautelosa dos investidores do Grupo Randon
O dia da posse foi acompanhado de perto pelos investidores. Segundo especialistas, a reação refletiu prudência e atenção aos números.
Randoncorp (RAPT4):
- Queda acumulada de 40,95% em 12 meses.
- No pregão de 01/09: recuo de 1,93%, cotada a R$ 6,62.
Fras-le (FRAS3):
- Valorização acumulada de 18,71% em 12 meses.
- No pregão de 01/09: baixa de 0,90%, cotada a R$ 23,09.
Segundo analistas, o mercado aguarda sinais mais claros antes de precificar confiança na nova fase. A concentração de poder em Daniel Randon reforça a governança, mas também eleva a responsabilidade de entregar resultados consistentes.
Análise: missão de recuperação para Daniel Randon
O fato relevante de março revelou que a sucessão foi planejada com antecedência, reforçando a ideia de governança sólida. No entanto, números negativos mudaram o tom da transição: em vez de estabilidade, Daniel Randon assume sob pressão.
Agora, a missão de Daniel Randon é dupla: reerguer a holding Randoncorp diante dos prejuízos e, ao mesmo tempo, preservar a competitividade da Fras-le. Para especialistas, o próximo ciclo não será apenas uma mudança de comando, mas um verdadeiro teste de liderança — um daqueles momentos que definem o futuro de uma companhia.









