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Inflação cede, mas PIB expõe freio dos juros, Boletim Focus

O Boletim Focus trouxe a 14ª redução consecutiva da inflação, agora em 4,85% para 2025. Apesar do alívio, o relatório aponta perda de ritmo no PIB, juros em 15% e incertezas externas que devem marcar o segundo semestre da economia.

Mesmo em meio ao freio da economia e ao impacto dos juros de 15% ao ano, a inflação continua em trajetória de queda. O Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira, 1º de setembro, reduziu pela 14ª semana consecutiva a projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 4,86% para 4,85% em 2025. O alívio nos preços, porém, contrasta com a expectativa de desaceleração no Produto Interno Bruto (PIB) no segundo semestre.

Boletim Focus mostra alívio da inflação

O Boletim Focus também reduziu as projeções do IPCA para os próximos anos: 4,31% em 2026, 3,94% em 2027 e 3,8% em 2028. Os números, no entanto, seguem acima da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional para este ano, de 3%, com teto de 4,5%. Em julho, o IPCA em 12 meses estava em 5,23%, pressionado pelo aumento da energia, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A prévia da inflação de agosto, divulgada recentemente, trouxe uma surpresa ao mercado: uma queda de 0,14%, a primeira deflação em mais de dois anos.

PIB perde força no 2º trimestre, diz economista do Banco Pine

O alívio inflacionário contrasta com a expectativa de crescimento econômico mais fraco. Analistas projetam alta de apenas 0,3% no PIB do 2º trimestre em relação ao anterior, contra avanço de 1,4% no início do ano.

Cristiano Oliveira, diretor de pesquisa macroeconômica do Banco Pine, avalia que “todo o avanço da economia em 2025 deve ficar concentrado no primeiro semestre, diante do impacto prolongado das condições financeiras restritivas e do ambiente global mais incerto”.

Taxa Selic e câmbio sob pressão dos juros

A taxa Selic, mantida em 15% pelo Comitê de Política Monetária (Copom), segue como principal instrumento do Banco Central para conter a inflação. Essa política restritiva influencia diretamente a atividade econômica e também o câmbio. A projeção do dólar foi ajustada levemente para R$ 5,56 no fim de 2025. Já a balança comercial deve registrar superávit de US$ 65 bilhões, enquanto os investimentos estrangeiros diretos permanecem projetados em US$ 70 bilhões, segundo o relatório do BC.

Perspectivas à frente no Boletim Focus

O Boletim Focus reforça a fotografia de um Brasil em transição: inflação em queda, mas crescimento comprometido. A combinação de juros altos e incertezas globais deve marcar o segundo semestre. Para empresas, consumidores e governo, a pesquisa semanal do mercado financeiro é um guia de expectativas, sinalizando um cenário em que a economia busca equilíbrio entre preços mais baixos e atividade enfraquecida.

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