A expansão do Open Finance completou cinco anos na última semana e, nesse período, já transformou a rotina financeira de milhões de brasileiros. Atualmente, o sistema permite autorizar cobranças recorrentes, consolidar saldos de várias contas em uma única tela e realizar pagamentos por Pix por aproximação. Além disso, o modelo também ampliou o acesso ao crédito, aumentando em até 30% a taxa de aprovação para bons pagadores.
Em 2023, por sua vez, o sistema avançou para além das contas correntes e passou a incluir informações sobre investimentos, câmbio, seguros, previdência privada, capitalização e credenciamento. Assim, os consumidores já se beneficiam de soluções como o Pix automático, que substitui os boletos, bem como de linhas de crédito mais baratas oferecidas de forma mais acessível.
A expansão do Open Finance ainda enfrenta gargalos
Apesar dos avanços, a expansão do Open Finance encontra obstáculos. De acordo com a Associação dos Iniciadores de Transação de Pagamento (Init), de 50% a 60% das operações apresentam falhas, muito abaixo da taxa de sucesso de 99,5% dos cartões.
“O desafio é elevar essa taxa para 99,5%, como ocorre com os cartões de crédito e débito”, afirmou Gustavo Lino, diretor-executivo da Init.
Outro gargalo está na adesão das empresas. Em 2024, houve mais de 40 milhões de consentimentos de pessoas físicas, mas apenas cerca de 400 mil de pessoas jurídicas. Para o presidente da Init, Jonatas Giovinazzo, questões burocráticas e tecnológicas dificultam a integração. Entre os exemplos, estão companhias com múltiplas contas bancárias e diversas maquininhas em operação.
Empresas devem liderar a próxima fase da expansão
Ainda que haja a expansão do Open Finance em diversos segmentos, essa baixa adesão empresarial pressiona ajustes regulatórios, como a criação de Pix em lotes para grandes companhias. Essa medida facilitaria pagamentos múltiplos, hoje bloqueados por protocolos de segurança. Para pequenas e médias empresas, o sistema já fortalece a negociação de crédito, ao ampliar garantias e reduzir riscos.
O Banco Central prepara o próximo passo da expansão do Open Finance para fevereiro de 2026, quando deve lançar a portabilidade de crédito. A funcionalidade permitirá transferir operações entre bancos e, em uma etapa posterior, incluirá o crédito consignado. A mudança promete aumentar a concorrência e ampliar a autonomia do consumidor.
Com isso, especialistas avaliam que a expansão do Open Finance tende a migrar do uso concentrado em pessoas físicas para a participação mais ativa de empresas, que movimentam maior volume financeiro. Esse movimento da nova expansão do Open Finance pode consolidar o sistema como pilar da modernização bancária no Brasil.