A invasão da Venezuela pelos EUA voltou ao centro do debate após a escalada anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump na terça-feira (02/09). Em vídeo publicado na Truth Social, Trump mostrou o ataque das Forças Armadas americanas contra uma embarcação no Mar do Caribe. O barco estaria ligado ao Tren de Aragua, classificado por Washington como grupo narcoterrorista. Pelo menos 11 pessoas morreram na ação. Ao mesmo tempo, Washington reforçou a pressão econômica, congelando mais de US$ 700 milhões em ativos de Nicolás Maduro, incluindo dois jatinhos privados e nove veículos.
Invasão da Venezuela pelos EUA em debate
Segundo analistas de geopolítica consultados pelo Economic News Brasil, o deslocamento de 4,5 mil soldados para o sul do Caribe em 19 de agosto é um sinal claro de escalada. Metade do contingente é formada por fuzileiros navais. Na semana seguinte, os EUA enviaram novos navios à região. Essas movimentações, somadas ao ataque letal confirmado pelo secretário de Estado Marco Rubio, reacendem a discussão sobre a invasão da Venezuela pelos EUA.
Retórica de Trump amplia incerteza sobre a invasão da Venezuela pelos EUA
Na rede Truth Social, Trump acusou Maduro de comandar o Tren de Aragua e enviou um recado: “Deixe isto servir de aviso para qualquer pessoa que esteja pensando em trazer drogas para os Estados Unidos. CUIDADO!”.
Para a Casa Branca, o narcotráfico e a imigração ilegal representam ameaças diretas à segurança nacional. A porta-voz Karoline Leavitt afirmou que o presidente está preparado para usar “todos os elementos da força americana”. Os analistas ouvidos pelo ENB destacam que essa retórica fortalece sua base política e mantém a hipótese de intervenção ou invasão da Venezuela pelos EUA como possibilidade real no discurso geopolítico.
Reação da Venezuela e riscos regionais
Do lado venezuelano, Maduro chamou a operação de “pretexto intervencionista” e anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos da Milícia Bolivariana, formada por civis voluntários. Milhares já se alistaram em Caracas nos últimos dias. Para especialistas, essa mobilização é mais simbólica do que prática, mas evidencia o clima de confronto. A invasão da Venezuela pelos EUA ainda não é vista como cenário imediato. Contudo, o risco de incidentes militares aumentou com a concentração de tropas no Caribe
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Consequências para a América Latina
Analistas de geopolítica consultados pelo Economic News Brasil avaliam que a pressão americana deve ampliar o isolamento econômico de Nicolás Maduro. O movimento também pode intensificar a crise migratória, afetando países vizinhos como Colômbia e Brasil. A estratégia de Donald Trump combina bloqueio financeiro, presença militar do Comando Sul e narrativa eleitoral interna.
O dilema está lançado: se a pressão não provocar fissuras no regime, a invasão da Venezuela pelos EUA deixará de ser apenas hipótese para se tornar risco concreto.










