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Produção industrial no Brasil em julho recua com impacto da Selic e tarifas externas

A produção industrial no Brasil em julho caiu 0,2% , segundo o IBGE, e acumula quatro meses sem crescimento. Juros altos, inflação fora da meta e incertezas externas pressionam o setor, que ainda opera 15,3% abaixo do pico histórico de 2011.
produção industrial no Brasil em julho
Com quedas em abril e maio e estabilidade em junho, o setor industrial tem dificuldade em retomar fôlego diante do cenário de juros elevados. (Foto: Freepik)

A indústria brasileira voltou a perder fôlego em julho, em um movimento que afeta empregos, exportações e o bolso do consumidor. O resultado da produção industrial no Brasil em julho mostrou retração de 0,2% no mês, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nesta quarta-feira (03/09), acumulando queda de 1,5% nos últimos quatro meses. A taxa Selic em 15% ao ano pressiona o crédito, encarece financiamentos e reduz investimentos produtivos, acentuando a fragilidade do setor.

Com quedas em abril (-0,7%) e maio (-0,6%) e estabilidade em junho, o setor ainda não encontra fôlego, e a produção industrial no Brasil em julho confirma essa tendência de enfraquecimento. A política monetária restritiva, marcada por juros altos no Brasil, pesa sobre empresas e consumidores.

De acordo com André Macedo, gerente da pesquisa, o ambiente restritivo segue como entrave central. “O juro alto limita o consumo e as decisões de investimento, o que reduz o ritmo da produção industrial”, afirmou.

A inflação acumulada de 12 meses até julho foi de 5,23%, acima do teto da meta de 4,5%, sustentando a decisão do Banco Central de manter a Selic elevada.

Produção industrial no Brasil em julho e os setores mais afetados

Entre as 25 atividades pesquisadas pelo IBGE, 13 registraram queda na produção industrial no Brasil em julho, com destaque para setores ligados ao mercado externo e ao crédito mais caro. Essa retração da indústria brasileira evidencia a vulnerabilidade dos segmentos que dependem de consumo financiado.

Principais quedas

  • Metalurgia: -2,3%
  • Outros equipamentos de transporte: -5,3%
  • Bebidas: -2,2%
  • Impressão e reprodução de gravações: -11,3%
  • Equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos: -2%

Principais altas

  • Produtos farmoquímicos e farmacêuticos: +7,9%
  • Alimentos: +1,1%
  • Produtos químicos: +1,8%
  • Indústrias extrativas: +0,8%

Categorias da indústria e desempenho desigual

O recorte por grandes categorias mostra comportamentos distintos. Bens de capital recuaram 0,2%, indicando cautela nos investimentos, enquanto os bens de consumo duráveis caíram 0,5%, impactados pela queda no crédito. Já os bens intermediários cresceram 0,5% e os bens de consumo semi e não duráveis avançaram 0,1%, sustentados pelo consumo básico.

Esse panorama reforça que a produção industrial no Brasil em julho foi desigual entre os diferentes tipos de bens, concentrando perdas justamente nos setores mais sensíveis ao custo do financiamento.

Juros altos e tarifaço no horizonte

Além da política monetária, empresários demonstram preocupação com o tarifaço americano, anunciado em agosto pelo governo dos Estados Unidos. Embora ainda não estivesse em vigor em julho, a medida já afetava expectativas, sobretudo nos setores dependentes das exportações brasileiras.

Analistas avaliam que a combinação de Selic elevada, inflação acima da meta e barreiras comerciais externas deve manter a produção industrial no Brasil em julho em ritmo lento também nos próximos meses, reforçando a retração da indústria brasileira e exigindo novas estratégias de competitividade.

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