Com a aprovação publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira (02/09), o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) autorizou a venda de parte do GPA (Grupo Pão de Açúcar) ao Grupo Coelho Diniz, alterando a correlação de forças no varejo brasileiro. A participação da família mineira subiu para 24,5%, superando o grupo francês Casino, que detém 22,5%. O movimento confirma o novo status do Coelho Diniz como maior acionista da companhia.
O despacho foi assinado por Alexandre Barreto, superintendente-geral do Cade. Segundo o órgão, a operação não gera riscos concorrenciais porque as duas redes atuam em regiões distintas.
A renovação e a concorrência com a venda de parte do GPA
Além disso, a venda de parte do GPA redefine a governança e pressiona mudanças na estratégia do grupo. Por outro lado, o Casino, fragilizado financeiramente, perde influência em um momento crítico para o varejo. Já o Coelho Diniz, dono de 22 supermercados em Minas Gerais, projeta expansão nacional e aposta em maior proximidade com os consumidores locais.
Nesse cenário, portanto, investidores aguardam sinais de recuperação da rentabilidade da companhia, que ainda enfrenta concorrência intensa de Carrefour e Assaí.
Disputa no conselho interno
Antes mesmo da decisão do Cade sobre a venda de parte do GPA, a família Coelho Diniz já havia convocado uma Assembleia Geral Extraordinária. Nesse contexto, a proposta é destituir integralmente o conselho de administração, com a a intenção de adequar a representatividade do colegiado à sua fatia acionária, indicando nomes técnicos com perfil estratégico.
Além disso, a pauta deve incluir a recomposição do conselho fiscal, após renúncias recentes, ampliando as mudanças na estrutura interna do GPA.
Caminhos futuros após a venda de parte do GPA
A entrada do Grupo Coelho Diniz inaugura nova etapa para o GPA. O controle compartilhado tende a trazer ajustes na gestão, renegociação de dívidas e revisão do portfólio de lojas. Para fornecedores e acionistas, o desfecho pode alterar a dinâmica do varejo alimentar no Brasil.
Com isso, a venda de parte do GPA se consolida a estratégia da companhia para reequilibrar forças no setor.