Mais de 78 mil pessoas cruzam diariamente o estuário entre Santos e Guarujá em balsas sobrecarregadas. Hoje (05/09), o leilão do túnel submerso Santos-Guarujá, na B3 (Bolsa, Brasil, Balcão), promete virar essa página com uma Parceria Público-Privada (PPP) de R$ 6,8 bilhões, a maior obra do Novo PAC e a primeira travessia submersa da América Latina. A disputa definirá quem assume a construção e operação do túnel de 1,5 km; vence quem oferecer o maior desconto sobre a contraprestação pública máxima.
O túnel submerso Santos-Guarujá promete reduzir filas das balsas, integrar o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e encurtar deslocamentos que hoje levam até uma hora. O traçado conecta Outeirinhos/Macuco, em Santos, a Vicente de Carvalho, no Guarujá, e reserva ciclovia e passarela.
“Vai impactar a vida de cerca de 80 mil pessoas”, disse Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos, ao visitar a área.
Conflitos e escolhas do túnel submerso Santos-Guarujá
A opção pelo túnel submerso Santos-Guarujá substituiu a ponte, descartada por restrições aéreas no entorno e pela navegação intensa no canal do porto. A técnica também atende ao solo argiloso da região e reduz desapropriações, com módulos pré-moldados assentados no leito.
O desenho do túnel submerso Santos-Guarujá prevê seis faixas (três por sentido), incluindo corredor do VLT, ciclovia e passagem de pedestres. Além disso, dos 1,5 km totais, cerca de 870 m ficarão submersos. Assim, o eixo sairá de Outeirinhos/Macuco e chegará a Vicente de Carvalho, liberando o estuário para navios de grande porte.
Nesse cenário, a construção do túnel submerso começa com a escavação da calha e da base de concreto. Em seguida, em doca seca, as peças de concreto são fabricadas e testadas. Posteriormente, rebocadores posicionam os módulos, enquanto sensores e macacos hidráulicos guiam a imersão e o nivelamento; por fim, pedras recobrem a estrutura para garantir proteção.
Governança e financiamento
Por outro lado, a concessão, do tipo patrocinada, terá 32 anos sob fiscalização de Antaq e Artesp. O julgamento utilizará o maior desconto na contraprestação pública máxima, critério que busca eficiência no ciclo de mais de três décadas de operação.
Com isso, ao avançar com o túnel submerso Santos-Guarujá, governos federal e estadual dividem o protagonismo político, enquanto o setor privado assume entrega e manutenção. Se o cronograma se cumprir, comércio exterior, logística de caminhões e passageiros locais sentirão alívio imediato na mobilidade e nas filas.









