Conteúdo Patrocinado
Anúncio SST SESI

Subsídio do gás gera alívio social, mas pressiona contas públicas

O lançamento do programa Gás do Povo promete aliviar o bolso de milhões de lares brasileiros, mas levanta questões cruciais sobre sua eficácia a longo prazo. Com a distribuição de até 65 milhões de botijões por ano, a medida visa beneficiar 15 milhões de famílias, especialmente as mais vulneráveis. No entanto, especialistas alertam que o subsídio pode ser apenas um remédio temporário, sem resolver a disparidade de preços que afeta o acesso ao gás. Descubra como a execução do programa e os desafios fiscais podem impactar a vida de tantas famílias.
Subsídio do gás
O subsídio do gás deve custar R$ 3,57 bilhões em 2025. (Foto: Divulgação)

O lançamento do programa Gás do Povo na última quarta-feira (04/09) trouxe à tona um dilema que acompanha o Brasil há décadas: como garantir acesso ao gás de cozinha sem comprometer o orçamento das famílias mais pobres. O subsídio do gás, anunciado como solução, promete aliviar o bolso de milhões de lares. Mas a pergunta que circula entre especialistas é se o benefício realmente resolve o problema ou apenas transfere a conta para o futuro.

Subsídio do gás e seus efeitos sociais imediatos

Ao substituir o Auxílio Gás, a medida promete distribuir até 65 milhões de botijões por ano para 15 milhões de famílias inscritas no CadÚnico, com prioridade para beneficiários do Bolsa Família. O impacto social é imediato: menos lenha nas cozinhas, menos risco de acidentes e mais dinheiro preservado no orçamento familiar. Porém, como lembram economistas, aliviar o custo não significa corrigir a distorção que faz o preço saltar de R$ 37 na Petrobras para R$ 150 em cidades do interior.

Essa disparidade mostra que o problema está na cadeia de distribuição, onde logística, impostos e margens de revenda pesam. Sem mexer nessa estrutura, o subsídio do gás se torna um remédio que alivia a dor, mas não trata a doença. E é justamente esse ponto que desperta preocupação: o governo promete cobertura nacional, mas a execução depende de aplicativos, cartões e revendas credenciadas, o que exige governança eficiente em regiões com histórico de falhas cadastrais.

Impacto fiscal do Gás do Povo preocupa especialistas

O impacto fiscal do Gás do Povo é outro ponto central. O subsídio do gás deve custar R$ 3,57 bilhões em 2025 e subir para R$ 5,1 bilhões em 2026. Analistas consideram que esse gasto pressiona as contas públicas e defendem mecanismos de revisão periódica. Sem ajustes, o subsídio do gás pode se transformar em uma despesa permanente, onerosa e com retorno decrescente para a sociedade.

Desafios de logística e governança

A logística também será decisiva. A promessa de cobertura nacional depende de integração com revendedoras credenciadas, mas especialistas em políticas sociais lembram que falhas cadastrais já comprometeram outros benefícios. O subsídio do gás só terá efeito duradouro se for acompanhado de auditoria de margens e maior transparência no mercado de distribuição.

No balanço final, o subsídio do gás garante alívio imediato a famílias vulneráveis e melhora indicadores de saúde pública. No entanto, o impacto fiscal do Gás do Povo pode comprometer sua sustentabilidade caso não venha junto a reformas estruturais no setor de GLP. Sem isso, o programa corre o risco de ser um benefício caro, com ganhos limitados ao curto prazo.

Confira nossos canais
Siga nas Redes Sociais
Notícias Relacionadas