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Política monetária da China enfrenta desafio diante de corte do Fed

A política monetária da China entrou em foco diante do iminente corte de juros pelo Federal Reserve. O Banco Popular da China precisa sustentar a economia sem inflar ainda mais o mercado acionário, que já apresenta forte valorização. Apesar de estímulos recentes, como corte de taxas e redução do compulsório bancário, os dados de julho mostram fraqueza industrial, retração do consumo e queda inédita no crédito. Analistas projetam que Pequim seguirá cautelosa, calibrando medidas seletivas para evitar repetir o crash acionário de 2015.
Política monetária da China diante de desafios econômicos
Política monetária da China enfrenta dilema entre sustentar crescimento e evitar riscos de bolha no mercado financeiro. (Imagem: Pixabay)

A política monetária da China voltou ao radar global em um momento decisivo. O Federal Reserve deve anunciar, em 16 e 17 de setembro, o primeiro corte de juros desde 2023, reduzindo a taxa americana em 0,25 ponto percentual, hoje entre 4,25% e 4,50%. Esse movimento tende a aliviar a pressão sobre emergentes, permitindo ajustes sem fuga de capitais. No entanto, em Pequim, o dilema é mais complexo: a economia precisa de apoio, mas o mercado acionário vive um rali que preocupa reguladores.

Risco de bolha no mercado acionário na política monetária da China

A lembrança de 2014–2015 pesa como alerta. Naquele período, estímulos agressivos e a entrada maciça de investidores de varejo alimentaram uma bolha que terminou em crash e perdas de trilhões. Hoje, a política monetária da China mostra alta das ações sendo liderada por instituições, mas sinais de entrada de investidores domésticos já aparecem. Qualquer corte precipitado nos juros poderia repetir erros do passado, inflando preços sem ganhos reais para a economia.

Economia real mostra sinais de fraqueza

Os dados mais recentes reforçam o dilema. Em julho, a produção industrial registrou o pior desempenho em oito meses, as vendas do varejo caíram e os novos empréstimos em iuanes encolheram pela primeira vez em 20 anos. Ainda assim, o PIB cresceu 5,2% no segundo trimestre de 2025, apoiado por estímulos fiscais e pela trégua comercial com os EUA. Até o momento, o PBoC limitou-se a medidas graduais: em maio reduziu sua taxa básica em 10 pontos-base e o compulsório bancário em 50 pontos-base.

Expectativas dos analistas sobre a política monetária da China

Entre analistas, não há consenso. Ting Lu, da Nomura, acredita que o PBoC só cortará juros se houver correção no mercado acionário, talvez em 10 pontos-base. Já Larry Hu, da Macquarie, projeta que mais dois meses de fraqueza nos indicadores levarão Pequim a lançar “mini-estímulos”, sobretudo no setor imobiliário. Além disso, cresce a expectativa de maior uso da política fiscal, menos ativa nos últimos meses, mas considerada essencial para sustentar consumo e infraestrutura.

Perspectivas cautelosas para os próximos meses

O espaço de manobra, entretanto, é limitado. A taxa de política monetária já está em 1,4%, mínima histórica, e o RRR caiu de quase 15% em 2018 para 6,2%. Diferente dos EUA, que mantiveram juros altos para controlar a inflação, a política monetária da China vem afrouxando gradualmente, reduzindo o arsenal disponível. Assim, a expectativa é de que Pequim siga cautelosa, combinando estímulos seletivos e fiscais para preservar empregos e consumo sem repetir o ciclo de euforia e colapso acionário de uma década atrás.

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