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Oferta pela Warner reaquece discussões sobre fusão Paramount Warner

A oferta pela Warner, estimada em US$ 71 bilhões, coloca a Paramount Skydance, de David Ellison, como protagonista de uma possível fusão Paramount Warner. O movimento reduziria os grandes estúdios de Hollywood a apenas quatro e exigiria aval dos reguladores norte-americanos. Analistas alertam para riscos de concentração de mercado, endividamento e cortes de empregos. A proposta, ainda não oficializada, também depende da cisão planejada pela Warner Bros. Discovery para abril. Em meio a quedas na produção de filmes e pressão por lucro no streaming, a operação pode redefinir o equilíbrio do entretenimento global.
Entrada da Paramount Pictures em Los Angeles, símbolo do debate sobre a oferta pela Warner e a fusão Paramount Warner
Entrada da Paramount Pictures, em Los Angeles, cenário simbólico no debate sobre a oferta pela Warner e a possível fusão Paramount Warner (Imagem: Creative Commons)

A oferta pela Warner, revelada por fontes do Wall Street Journal, ainda não foi apresentada formalmente, mas já movimenta o mercado. O alvo de David Ellison, herdeiro da Oracle, é a Warner Bros. Discovery (WBD), avaliada em cerca de US$ 71 bilhões (R$ 377,7 bilhões) quando consideradas as dívidas. O interesse surge poucas semanas após a Skydance, empresa de Ellison, concluir a compra da Paramount por US$ 8,4 bilhões (R$ 44,7 bilhões). Uma eventual fusão entre Paramount e Warner reduziria o número de grandes estúdios em Hollywood e reacenderia o debate sobre concentração no setor.

Fusão Paramount Warner e seus impactos no setor

Uma eventual fusão Paramount Warner reuniria catálogos de bilheteria, canais de TV e plataformas de streaming. Contudo, a sobreposição de negócios poderia limitar a concorrência. Raymond Sfeir, do Anderson Center, alerta que o setor “já é muito concentrado” e que menos competição tende a pressionar preços. Além disso, a Paramount anunciou de 2.000 a 3.000 cortes após a integração com a Skydance, parte de um plano de economizar US$ 2 bilhões (R$ 10,64 bilhões). Portanto, uma aquisição da Warner pela Paramount poderia levar a demissões adicionais e sinergias forçadas.

Dívida elevada e riscos para a oferta pela Warner

O desafio financeiro também pesa sobre a oferta pela Warner. A Paramount acumula cerca de US$ 16 bilhões (R$ 85,12 bilhões) em dívidas, e analistas da CreditSights apontam risco de rebaixamento de avaliação se a empresa assumir novos passivos. Ao mesmo tempo, a Warner pretende concluir até abril a cisão entre estúdios/streaming e redes de TV a cabo endividadas. Segundo Brandon Nispel, do KeyBanc, qualquer proposta precisaria superar o valor que a empresa teria após essa separação, exigindo prêmio expressivo.

Apoio familiar e resistência em fusão Paramount Warner

O herdeiro da Oracle tem apoio da fortuna de seu pai, Larry Ellison, cofundador da Oracle. Apesar disso, o CEO da Warner, David Zaslav, insiste que a cisão agregará valor e demonstra resistência à fusão Paramount Warner antes da reestruturação. A postura repete sua estratégia anterior na fusão Discovery–WarnerMedia em 2022, quando também preservou protagonismo no comando.

Produção em queda e ambiente político complicam a oferta pela Warner

A indústria cinematográfica atravessa retração. Relatórios da ProdPro mostram que a produção de filmes e séries nos EUA permanece abaixo do nível de 2022, com forte queda em 2024 e desempenho fraco em 2025. Além disso, a pressão por lucro no streaming levou empresas a reduzir catálogos.

O quadro fica ainda mais incerto com o fator político: Donald Trump já processou a Paramount — acordo de US$ 16 milhões (R$ 85,12 milhões) fechado em julho — e segue criticando a CNN, controlada pela Warner. Assim, a oferta pela Warner se torna ainda mais desafiadora, e a fusão Paramount Warner depende não só de finanças e regulação, mas também de estabilidade política.

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