O roubo no Museu Nacional de Paris, revelado na terça-feira (18/09), expôs a vulnerabilidade das instituições culturais francesas. Ladrões usaram ferramentas industriais, como maçarico e esmerilhadeira, para invadir a galeria de geologia e mineralogia do Museu Nacional de História Natural, no 5º arrondissement, e levar peças de ouro nativo avaliadas em €600.000 (R$ 3,76 milhões). O valor de mercado, no entanto, não se compara ao peso histórico do material.
Impacto cultural do roubo no Museu Nacional de Paris
O diretor Emmanuel Skoulios declarou à BFM TV que a ação foi “extremamente profissional” e dirigida a itens específicos do acervo. Entre as peças mais valiosas está um exemplar de ouro nativo com quartzo da mina Donatia, na Califórnia, medindo 9 por 8,5 cm, cujo paradeiro ainda não foi confirmado. Para o museu, trata-se de uma perda patrimonial “imensurável”, já que o ouro nativo preserva formações raras e científicas, não apenas valor monetário.
Série de roubos em museus franceses
O roubo no Museu Nacional de Paris não é um caso isolado. Ele se soma a uma sequência de ataques que têm pressionado a segurança de museus franceses:
- Museu Hiéron (Saône-et-Loire, novembro/2024): assaltantes levaram joias estimadas em “vários milhões de euros”.
- Museu Nacional Adrien Dubouché (Limoges, setembro/2025): ladrões levaram porcelanas chinesas dos séculos XIV e XV e um vaso do século XVIII, avaliados em €6,5 milhões (R$ 40,75 milhões).
- Museu Cognacq-Jay (Paris, novembro/2024): criminosos armados roubaram sete caixas de rapé do século XVIII, avaliadas em aproximadamente €1 milhão (R$ 6,27 milhões).
Colecionadores sob suspeita e riscos futuros
Segundo o prefeito de Limoges, Emile Roger Lombertie, é “provável que colecionadores estejam encomendando esses roubos e recorrendo a criminosos de alto nível”. A hipótese reforça o risco de um mercado paralelo de arte e minerais raros, difícil de rastrear e com impacto direto na preservação do patrimônio cultural francês. Autoridades prometem reforçar protocolos de segurança, mas a sucessão de crimes pressiona o governo a rever a proteção de museus em todo o país.