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Queda na previdência privada expõe avanço dos resgates em 2025

A previdência privada teve uma queda expressiva em 2025, com os aportes em declínio e os resgates crescendo, alcançando R$ 88,9 bilhões. Em junho, o saldo líquido foi negativo, totalizando R$ 3,1 bilhões, mostrando a necessidade de liquidez das famílias. Especialistas apontam que essa situação reflete um aumento do endividamento e a busca por maior segurança financeira. Para entender os impactos dessa situação e as futuras perspectivas do setor, continue lendo e veja como a previdência pode se adaptar em tempos difíceis.

A queda na previdência privada ganhou força em 2025, com aportes de R$ 100,5 bilhões entre janeiro e julho, recuo de 11,7% em relação ao ano anterior. No mesmo período, os resgates cresceram 15,3%, alcançando R$ 88,9 bilhões. O resultado foi um saldo líquido de apenas R$ 11,6 bilhões, segundo dados da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), que administra patrimônio de R$ 1,7 trilhão, equivalente a 13,7% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.

Contraste do patrimônio com a queda na previdência privada

O setor de previdência privada aberta convive hoje com um paradoxo. O patrimônio administrado continua elevado, mas a dinâmica de captação perdeu força em 2025. A Fenaprevi mostra que a concentração em determinados produtos evidencia o risco de maior volatilidade no comportamento dos investidores:

  • VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre): R$ 92,1 bilhões, equivalente a 92% da arrecadação no ano;
  • PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre): R$ 6,7 bilhões, 7% do total;
  • Planos Tradicionais: R$ 1,6 bilhão, apenas 2% da arrecadação.

Esse perfil de predominância do VGBL favorece aplicações mais imediatistas, menos vinculadas ao planejamento tributário de longo prazo, e ajuda a explicar por que os resgates vêm ganhando intensidade.

Junho acende alerta com saldo negativo

O dado mais sensível veio em junho, quando a queda na previdência privada em julho se agravou. O desempenho mensal expôs a pressão por liquidez das famílias, que inverteu a tendência observada no ano passado:

  • Contribuições: R$ 8,2 bilhões, queda de 45% frente a junho de 2024;
  • Resgates: R$ 11,4 bilhões, alta de 7,6% no mesmo intervalo;
  • Saldo líquido: negativo em R$ 3,1 bilhões, contra superávit de R$ 4,4 bilhões em 2024.

A reversão mostra que até produtos historicamente associados à poupança de longo prazo passaram a ser utilizados como fonte imediata de recursos para cobrir despesas correntes.

Resgates crescentes e desafios do setor

O crescimento dos resgates mostra que a queda na previdência privada não é apenas conjuntural. O mercado enfrenta o desafio de atrair novos aportes em um cenário de juros mais baixos e maior competição de instrumentos financeiros de liquidez imediata. Para a Fenaprevi, o patrimônio administrado — distribuído em 13,6 milhões de planos, pertencentes a 11,2 milhões de pessoas — garante robustez ao setor. Ainda assim, a perda de fôlego na captação líquida pode limitar a expansão futura, sobretudo se a preferência por resgates persistir.

Perspectivas para o setor diante da queda na previdência privada

O cenário sugere que a queda na previdência privada reflete mais do que um ajuste de mercado: é um sintoma do endividamento crescente das famílias e da busca por liquidez em meio ao custo de vida elevado. Embora o patrimônio administrado se mantenha robusto, a continuidade desse padrão pode limitar a expansão da poupança previdenciária no longo prazo. Os dados da Fenaprevi apontam que o setor precisa lidar não apenas com aportes em retração, mas também com resgates cada vez mais expressivos. Para evitar perda de relevância, especialistas defendem mais diversificação de produtos e incentivos que reforcem a previdência como complemento essencial à aposentadoria em um país que envelhece rapidamente.

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