O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta segunda-feira (22/9), sanções contra a esposa de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e contra uma instituição da família, o Lex Instituto de Estudos Jurídicos. Viviane Barci de Moraes foi incluída na lista da Lei Magnitsky, a mesma que já havia atingido o ministro em julho deste ano. As medidas, publicadas pelo Departamento do Tesouro, refletem a disposição da gestão de Donald Trump em ampliar a pressão sobre o magistrado brasileiro.
Impacto econômico após sanções contra esposa de Alexandre de Moraes
As sanções da Lei Magnitsky resultam, em regra, no congelamento de bens e contas bancárias em território norte-americano ou em instituições financeiras que operam com dólares. Mesmo sem ativos conhecidos nos Estados Unidos, o bloqueio pode gerar efeitos indiretos. Bancos internacionais costumam adotar cautela com nomes incluídos em listas do Tesouro, o que dificulta operações financeiras, parcerias acadêmicas ou relações contratuais de entidades associadas.
Confira matéria da CNN com mais informações sobre uso da Lei Magnitsky contra esposa de Alexandre de Moraes:
Extensão familiar e sinal diplomático da medida
A inclusão da esposa de Moraes e do Lex Instituto mostra que o governo Trump não restringe a ação apenas à figura central, mas busca ampliar o isolamento. Atingir familiares de um ministro do Supremo Tribunal Federal é um gesto político de alto impacto. Segundo especialistas em geopolítica, essa sinalização ao Brasil e a outros países reforça a percepção de banalização no uso da Lei Magnitsky, aplicada fora de sua finalidade original. A estratégia contribui para a narrativa de que autoridades brasileiras passam a ser vistas sob a ótica de violações a direitos humanos e princípios de Estado de direito.
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Consequências políticas das sanções contra esposa de Alexandre de Moraes
A ampliação das sanções tende a reforçar a tensão diplomática em um cenário já marcado pela sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros. Até o momento, entretanto, não houve efeitos práticos relevantes sobre o ministro Alexandre de Moraes, o que limita o alcance imediato da medida. Segundo analistas ouvidos pelo Economic News Brasil, as alegações de Donald Trump carecem de fundamento e ultrapassam os limites da soberania, já que o presidente norte-americano não tem legitimidade para interferir no Judiciário de outro país. Ainda assim, o gesto pressiona a imagem internacional do Brasil e alimenta incertezas na relação bilateral em temas de comércio e cooperação jurídica.
As sanções contra esposa de Alexandre de Moraes e o Lex Instituto consolidam um cenário de maior isolamento internacional para o ministro e ampliam o alcance da Lei Magnitsky sobre autoridades brasileiras. O gesto de Washington sugere que a pressão deve se manter, inserindo o Brasil em um debate delicado sobre soberania, direitos humanos e diplomacia, com consequências que podem se estender para a agenda econômica entre os dois países